Pressionado, prefeito de Campina Grande diz que vai liberar desfiles de blocos no carnaval

Atualizado em 17 de janeiro de 2024 às 23:34
Desfile na rua durante Carnaval
Registro de Carnaval de Campina Grande – Divulgação/Secretaria de Desenvolvimento de Campina Grande

Na última segunda-feira (15), a prefeitura de Campina Grande publicou o polêmico Decreto Municipal n°. 4.813/2024, gerando intensa controvérsia na cidade conhecida por suas manifestações populares. O decreto inicialmente proibia o desfiles de blocos nas principais vias da área central, reservando a região exclusivamente para o “Carnaval da Paz”, um evento religioso.

No entanto, após manifestações de associações de moradores e diretorias de blocos, bem como a intervenção da Defensoria Pública da Paraíba, o prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil) decidiu revogar a proibição nesta quarta-feira.

A prefeitura alegou que o decreto foi uma medida decorrente de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público da Paraíba (MPPB) para garantir a segurança do carnaval na cidade.

O texto proibia desfiles em diversos bairros e áreas próximas a shoppings, hospitais, clínicas, órgãos de segurança, terminais rodoviários, aeroporto e outros locais estratégicos. Com a revogação, eventos carnavalescos agora são permitidos em clubes, áreas e ambientes privados.

O decreto inicial afetaria cerca de 28 blocos, segundo as associações locais, e direcionava a organização dos eventos ecumênicos relacionados ao “Carnaval da Paz”. Esses eventos unem tradições religiosas, como Consciência Cristã, Crescer, Miep, E-Alem e A Palavra Revelada, ocupando pontos centrais da cidade.

Apesar da justificativa de segurança, a Polícia Militar se manifestou, assegurando estar pronta para garantir a realização de qualquer evento, seja religioso ou carnavalesco, durante o carnaval em Campina Grande.

A revogação do decreto ocorreu após o prefeito se reunir com associações de moradores e ligas de blocos. Cunha Lima destacou que o carnaval não estava proibido na cidade, enfatizando que mais de 60 bairros estavam disponíveis para eventos, enquanto apenas três ou quatro seriam destacados para atividades religiosas.

O decreto, na verdade, proibia o desfile de blocos em 12 bairros ou parques, incluindo locais tradicionais como o Parque do Povo.

Diante da pressão das associações e da intervenção da Defensoria Pública da Paraíba, que acionou a justiça, argumentando a laicidade do estado, o prefeito reconheceu a importância dos movimentos populares e justificou a decisão como uma medida para organizar a saída das agremiações às ruas da cidade.

O defensor público Marcel Joffily ressaltou o caráter laico do estado, invocando o artigo 5 da Constituição para questionar privilégios a grupos religiosos.

Em março de 2022, Bruno Lima teve seu nome envolvido em outra polêmica. Isso porque a sogra dele, Soraya Brito, aparecia em um vídeo vazado beijando outra mulher na boca e, em seguida, cheirando cocaína em cima de seu bumbum.

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