Com chefe da Conib, empresários fazem manifesto contra apoio do Brasil à investigação de Israel

Atualizado em 19 de janeiro de 2024 às 9:03
Audiência na Corte Internacional de Justiça sobre a ação por genocídio movida pela África do Sul contra Israel. Foto: AP / Patrick Post

Um grupo composto por empresários, executivos, pesquisadores e artistas assinou um abaixo-assinado solicitando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que retire o apoio à ação da África do Sul contra Israel, acusando o país de genocídio, segundo informações do Estadão.

O manifesto, endereçado ao presidente petista, argumenta que a acusação é infundada e insta o governo brasileiro a adotar uma posição justa e equilibrada.

Até o momento, a petição online conta com mais de 17 mil assinaturas, incluindo o presidente do conselho do Hospital Albert Einstein e da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, a presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano e a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie.

Outras personalidades como o presidente da Suzano, Walter Schalka, o CEO de O Boticário, Artur Grynbaum, o CEO na Natura, Fábio Colletti Barbosa, o presidente do Google Brasil, Fabio Coelhoo cientista político Christian Lohbauer, atriz Bruna Lombardi e a microbiologista Natália Pasternak, também assinaram o documento.

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O presidente do conselho do Hospital Albert Einstein e da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg. Foto: reprodução

O texto do manifesto reconhece a complexidade do conflito em Gaza, mas destaca que a acusação de genocídio implica na intenção de exterminar um povo, alegando que esse não é o objetivo de Tel-Aviv. Argumenta que a guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas, que utiliza civis como escudos humanos.

“É imperativo avaliar todos os aspectos antes de endossar tal iniciativa, principalmente quando se trata da séria acusação de genocídio”, diz o manifesto.

“Instamos, portanto, uma reconsideração desse apoio (grifo original) e a adoção de uma abordagem justa e equilibrada. Enquanto buscamos aliviar o sofrimento em Gaza, é crucial pressionar não apenas Israel, mas especialmente o Hamas, para que cesse o uso de escudos humanos e liberte os reféns”.

O empresário Charles Putz, autor do manifesto, afirmou que a ideia surgiu em um grupo de empresários no WhatsApp. “Em essência, o que nós estamos dizendo é que buscamos uma abordagem mais justa e equilibrada. O governo brasileiro cobra Israel, mas não cobra o Hamas”, disse.

O documento, enviado à Presidência da República, pede a reconsideração do apoio à ação e destaca a importância de pressionar não apenas Israel, mas também o Hamas, para cessar o uso de escudos humanos e libertar reféns.

A decisão do governo brasileiro de apoiar a alegação de genocídio gerou críticas, inclusive do ex-ministro de Relações Exteriores Celso Lafer, que a considerou incoerente com a tradição diplomática do Brasil e alertou sobre possíveis impactos na credibilidade internacional do país.

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