O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) explicou, nesta terça-feira (23), os motivos por trás do veto de R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares de comissão no orçamento de 2024 e aproveitou para afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não tinha “governança” e que quem conduzia o país era o Congresso Nacional.
Lula também destacou que o ex-chefe do Executivo não possuía a “capacidade de discutir o orçamento” e queria que os “deputados fizessem o que quisessem”. As declarações foram feitas durante uma entrevista à rádio Metrópole, de Salvador (BA).
“Ontem tive que vetar o orçamento, vetei R$ 5,6 bilhões e tenho o maior prazer de juntar lideranças, conversar com lideranças e explicar por que foi vetado. Na questão das emendas, é importante lembrar que o ex-presidente não tinha governança nesse país. Ele não tinha governança desse país. Quem governava era o Congresso Nacional”, disse Lula.
“Ele não tinha sequer capacidade de discutir o orçamento, seja porque não queria ou porque não fazia parte da lógica dele. O que ele queria era que os deputados fizessem o que quisessem, e resolvemos estabelecer uma relação democrática com o Congresso Nacional. Se conversa todo dia, toda hora.”
O mandatário também mencionou a complexidade das negociações com a Câmara dos Deputados, descrevendo-as como “sempre difíceis” e destacando a necessidade de “contemporizar”.
“Negociar com a Câmara é sempre um prazer, é sempre difícil […] Você sabe que tem que contemporizar, você não pode bater em nenhum, você não pode negar a nenhum, então temos que conversar, e eu sinceramente acho que o Congresso até agora fez o que tinha que fazer, votou tudo que a gente queria que fosse votado”, afirmou.
“Eu acho que eu não tenho o que reclamar, sinceramente eu posso dizer que eu não tenho o que reclamar da relação do Congresso Nacional com o Executivo.”
Vale destacar que, embora o Congresso tenha aprovado um total de R$ 16,6 bilhões para emendas de comissão, Lula vetou R$ 5,6 bilhões alegando comprometer “programações relevantes”, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira.
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