“A dita tragédia de Maceió não existiu. Graças a Deus não morreu ninguém. A ação coordenada de todos e a liderança da Braskem evitaram a tragédia. Não perdemos uma vida!”, disse João Paulo Nogueira Batista, CEO da Lojas Marisa e membro do conselho de administração da Braskem, em sua página no LinkedIn neste sábado (27).
O conselheiro da mineradora destacou a ação coordenada de todos e a liderança da Braskem na prevenção do desastre que resultou do rompimento das minas de sal-gema, afetando cinco bairros e desabrigando mais de 14 mil famílias.
A Folha de S. Paulo questionou Nogueira Batista sobre a necessidade de mortes para caracterizar o acidente como uma tragédia e se sua postagem visava minimizar os danos causados pela empresa.
Ele esclareceu que não pretendia menosprezar os estragos, explicando que sua mensagem referia-se ao acordo negociado para evitar fatalidades, em resposta à publicação do CNJ em 2021, intitulada “Caso Pinheiro: a maior tragédia que o Brasil já evitou”.
O executivo afirmou que a postagem foi motivada pelo orgulho em fazer parte do conselho que liderou o processo de indenização de cerca de 9,6 mil famílias afetadas, transferindo-as para áreas seguras. O processo iniciado em 2019 ainda não revelou a extensão exata dos danos causados pela extração de sal-gema em Maceió.
Em dezembro de 2023, uma nova ruptura na mina da Braskem reacendeu o debate sobre a proposta de compra do controle da empresa pelo fundo árabe Adnoc à Novonor.
A quantia de aproximadamente R$ 1 bilhão reservada para compensações foi questionada por políticos alagoanos, como o senador Renan Calheiros, um crítico ativo que contribuiu para a instalação da CPI da Braskem. O negócio ainda está sob avaliação dos acionistas controladores e dos bancos credores, e a Braskem não respondeu até o momento da publicação.