Em conversa com apoiadores nesta terça-feira (30), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reiterou sua negação em relação ao recebimento de informações de órgãos de inteligência do Estado, especialmente ao abordar a recente operação da Polícia Federal contra seu filho, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Bolsonaro enfatizou que as investigações sobre a alegada “Abin Paralela” não têm fundamento.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais de seus aliados, Bolsonaro declarou: “A minha inteligência nunca foi a Abin [Agência Brasileira de Informação], Polícia Federal, Exército Brasileiro, Marinha ou Aeronáutica. Você não tem informações de lá, sonegam informações para você”.
Na mesma linha, durante uma transmissão ao vivo no domingo (28), acompanhado por seus filhos Flávio, Carlos e Eduardo, Bolsonaro negou veementemente a existência de uma “Abin paralela” destinada a espionar seus oponentes políticos. Ele também comentou à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, na segunda-feira (29), que a operação da PF parecia ter como objetivo “intimidar” sua família.
No vídeo divulgado nesta terça-feira, Bolsonaro foi visto em sua residência em Angra dos Reis, acompanhado pelos deputados Hélio Lopes (PL-RJ) e coronel Zucco (Republicanos-RS), interagindo com seus seguidores.
Bolsonaro, referindo-se ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação contra seu filho, afirmou que as investigações sobre a suposta “Abin paralela” não levariam a lugar algum: “Se a Polícia Federal e se o senhor Alexandre de Moraes quiserem investigar a questão da Abin paralela, é um direito deles. Não é que não vão achar nada, não tem nada”.
Carlos foi alvo de mandados de busca e apreensão na segunda-feira, como parte de uma investigação sobre supostos monitoramentos ilegais realizados pela Abin durante o governo Bolsonaro. A operação visou indivíduos que supostamente teriam recebido informações ilegais produzidas pela agência de inteligência.
Bolsonaro explicou: “A minha inteligência particular era as pessoas que eu converso, como estou conversando aqui agora e pego uma coisa importante que eu vou levar para algum lugar. Ou quando eu preciso de alguma coisa de Roraima, do Amazonas, eu ligo para amigos [e digo]: ‘Ó, que está acontecendo?’”, referindo-se a comentários anteriores sobre seu sistema de informação privada.
Durante seu mandato, Bolsonaro chegou a afirmar em uma reunião ministerial que seu sistema privado de inteligência estava em funcionamento. Ele declarou na época: “O meu particular funciona. Os outros que têm oficialmente desinformam. E voltando ao tema: Prefiro não ter informação do que ser desinformado por sistema de informações que eu tenho”.
Bolsonaro permanece em sua residência em Angra dos Reis, em Mambucaba, que foi alvo de buscas pela PF antes da transmissão ao vivo feita por ele e seus filhos no domingo, antes da operação.
Ele negou ter fugido da PF ao sair para pescar antes da chegada dos agentes: “Sai às 6h da manhã e fui lá para ilha deserta. Quem conhece, não tem sinal de telefone lá. E a PF chegou aqui às 7h30”.
A defesa de Bolsonaro divulgou uma nota na segunda-feira, alegando que a PF agiu de forma excessiva durante as buscas relacionadas à operação que mirava o vereador, destacando que foram apreendidas anotações da transmissão ao vivo em que o ex-presidente participou no domingo.
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