A Justiça tenta intimar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a depor em processo desde o dia 15 de janeiro mas não consegue localizá-la. Ela terá que se manifestar em ação movida por Janaina Diniz Guerra, filha da atriz e modelo Leila Diniz (1945-1972), perseguida pela ditadura militar. Segundo a ação, uma imagem da artista foi usada para promover campanha do PL Mulher.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) tem tentado intimar Michelle para depor em audiência que ocorre no próximo dia 21 na cidade do Rio de Janeiro. A imagem que motivou a ação é uma foto de Leila e das também atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilva, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell durante protesto em 1968, durante o regime militar.
O registro foi usado em uma montagem do PL Mulher para celebrar a conquista do voto feminino e publicado ao lado do rosto da ex-primeira-dama. Janaina pede a remoção do conteúdo das redes sociais da sigla e R$ 52,8 mil de indenização pelo uso indevido da foto.
“O uso político, não autorizado, da imagem de minha mãe respaldando a pré-campanha de Michelle Bolsonaro é uma imensurável ofensa a tudo que minha mãe representou e ainda representa”, diz Janaina no processo.
A mesma foto já gerou outro processo contra outra bolsonarista, a ex-secretária de Cultura Regina Duarte. A imagem foi usada para ilustrar um discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro favorável ao regime militar. O intuito era criar uma narrativa de que o golpe e a ditadura foram uma “exigência da sociedade”.
O processo originalmente foi movido no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e enviado ao TJDFT posteriormente. A Justiça quer que ambas as partes participem da audiência que ocorre no próximo dia 21.