A Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), mira políticos e militares suspeitos de envolvimento em um suposto golpe de Estado que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder e questionar o resultado das eleições de 2022. Entre os alvos dos mandados de prisão e busca e apreensão estão o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno e o ex-ministro Braga Netto.
Segundo a corporação, ambos teriam atuado para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
Além de Heleno e Braga Netto, o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto e Anderson Torres também teriam participado do esquema.
O grupo, em sua atuação, teria se dividido em eixos. O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022.
O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
Operação Tempus Veritatis
A “Operação Tempus Veritatis”, iniciada na quinta-feira (8), envolve a execução de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas – estas incluem proibição de contato com os demais investigados, restrição de saída do país com entrega de passaportes em 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas.
Além dos alvos já citados, a operação atinge diversas personalidades, incluindo o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, e Filipe Martins e Marcelo Câmara, ex-assessor e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, respectivamente. Segundo informações de Daniela Lima, do G1, o ex-presidente também foi alvo da operação.
O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à PF. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Andamento da operação
A PF já prendeu ao menos dois ex-assessores de Bolsonaro. Um dos presos foi Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência. Segundo fontes da PF, Martins foi detido em Ponta Grossa (PR).
O outro ex-assessor preso foi o coronel Marcelo Câmara, detido em Brasília.
Os policiais federais estão cumprindo as medidas judiciais, emitidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em estados como Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
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