Com base em reportagem exclusiva publicada pelo DCM, a Polícia Federal instaurou inquérito neste ano para investigar a conduta e possível prática de crimes do ex-secretário municipal de Administração Osair Antonio Souza, de São João do Itaperiú, na região nordeste de Santa Catarina.
Ele enviou, em setembro do ano passado, a um grupo de WhatsApp de políticos locais chamado “À Direita”, mensagensd em que dizia que a ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), é “uma puta (que) vai ser eternamente estrupada (SIC) pelo diabo no inferno”.
Ele disse também que “se ganhasse na loteria, não ficava um vivo nesse STF. Iriam os onze pro pau”. E finalizou dizendo (o destaque em negrito foi incluído pela reportagem do DCM):
“Gastaria tudo pra pagar um drone pra explodir aquela merda toda lá, no tal do poder judiciário. Mataria uns inocentes, mas não faria mau (SIC), morreriam por uma boa causa.”
Veja, abaixo, a reprodução das mensagens do secretário municipal em um grupo de políticos locais, às quais o DCM teve acesso (o telefone do secretário foi apagado pela reportagem).
Diretor do DCM recebe solitação da PF para preservação de reportagem e provas
Nesta sexta-feira (9), o diretor do DCM, Kiko Nogueira, recebeu uma solitação da Polícia Federal (veja acima) para que o veículo mantenha no ar a reportagem publicada acerca do assunto (escrita por este repórter), assim como documentos e vídeos que a acompanham.
É que o referido material está sendo utilizado pela Polícia Federal no âmbito do inquérito 2024.0010252, que investiga a conduta do ex-secretário. O procedimento investigatório ocorre sob a Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores, e se originou por meio da Petição 12121, protocolada pelo STF, segundo informa a PF no documento enviado ao DCM.
Isso significa que uma das figuras ameaçadas pelo ex-secretário (Rosa Weber e/ou outros ministros da corte) ou o próprio STF é o autor da petição solicitando abertura do inquérito à polícia, e assim procedeu com base na reportagem do DCM.
Este veículo informa que atenderá à solicitação policial (de resto, sequer cogitava tirar a referida reportagem do ar) e coloca à disposição das autoridades todo material que balizou o conteúdo publicado.