O economista João Pedro Stedile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), publicou na última quinta-feira (15), em sua conta no X, antigo Twitter, uma denúncia a uma nova prática criminosa do agronegócio no Brasil. Segundo o ativista, donos de fazendas têm criado uma manobra, batizada por Stedile de “indústria dos recursos judiciais”, para adiar o pagamento de dívidas alegando falência, o que estaria prejudicando até empresas internacionais:
O agronegócio vive se autoelogiando, como quem carrega o Brasil nas costas, etc. Mas esconde sempre os subsídios governamentais, os agrotóxicos, o trabalho escravo. E agora inventou mais uma: a indústria dos recursos judiciais.
Fingem que estão quebrados, entram na justiça e conseguem adiar o pagamento da divida por 10 anos, com juros irrisórios. Já virou moda. No ano passado, 263 empresas do agronegócio, todas com muitos hectares plantados de commdities pediram a falência judicial.
A máfia se instalou sobretudo em SC, PR, MG e GO. A coisa é tão grave que até as entidades das empresas transnacionais que vendem os insumos, e compram as commodities deles, tomaram prejuízo e estão denunciando.
Se eles declaram falência, então deveria ter acordo com bancos, credores, e governo para entregarem as terras para reforma agraria. Afinal não cumprem sua função social e ainda dão calote em outros agentes econômicos.
O agronegócio vive se autoelogiando, como quem carrega o Brasil nas costas, etc. Mas esconde sempre os subsídios governamentais, os agrotóxicos, o trabalho escravo. E agora inventou mais uma: a indústria dos recursos judiciais. 1/4
— João Pedro Stedile (@stedile_mst) February 15, 2024