Apenas dois ex-ministros de Bolsonaro falam sobre reunião golpista de 2022; veja quem são

Atualizado em 17 de fevereiro de 2024 às 9:31
Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde, e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Queiroga, da Saúde, e Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União, foram os únicos a defender as declarações feitas na reunião ministerial de julho de 2022, segundo informações obtidas pela Folha de S.Paulo.

A maioria dos participantes optou pelo silêncio. O único integrante do Legislativo presente, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR), afirmou que respeitou o ordenamento nacional no encontro.

Em sua defesa, Queiroga enfatizou que “não houve nessa reunião, e em nenhuma outra, tratativa de golpe ou coisa parecida”. Ele destacou que as afirmações contrárias servem à narrativa da esquerda para perseguir as lideranças do PL.

Por sua vez, Rosário afirmou que suas declarações na reunião não fugiram da normalidade. Ele defendeu que suas falas tiveram como objetivo garantir a segurança, transparência e confiabilidade para o processo eleitoral. “Qualquer outra leitura acerca do que foi dito trata-se de mera ilação”, disse Rosário em nota após a operação da Polícia Federal.

Rosário, que hoje ocupa o cargo de chefe da Controladoria-Geral do Estado de São Paulo, nomeado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), reafirmou sua posição ao ser procurado novamente pela Folha de S.Paulo.

A gravação da reunião foi obtida pela Polícia Federal e apresentada ao STF como prova da participação de ex-ministros em planos golpistas, que envolviam a divulgação de informações falsas sobre o processo eleitoral e ataques às urnas eletrônicas.

No início da reunião, Bolsonaro ordenou que seus auxiliares repetissem falas, sem provas, sobre fraudes nas urnas eletrônicas. A reunião contou ainda com intervenções de então ministros que, segundo a decisão de Alexandre de Moraes, do STF, revelam “arranjo de dinâmica golpista”.

O deputado Filipe Barros, presente na reunião, limitou sua participação à defesa da PEC do voto impresso, da qual foi relator na Câmara. Ele destacou que sua fala foi fiel ao ordenamento constitucional e em apoio às pautas defendidas pelo governo Bolsonaro.

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