Assessor é elo entre Zambelli e tentativa de golpe de bolsonaristas, diz PF

Atualizado em 17 de fevereiro de 2024 às 12:25
Jean Hernani Vilela, assessor de Carla Zambelli. Foto: reprodução

A Polícia Federal revelou detalhes sobre a participação de um assessor da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na propagação de notícias falsas relacionadas às urnas eletrônicas, como parte de uma estratégia para minar a legitimidade do processo eleitoral. As informações surgiram durante a Operação Tempus Veritatis, lançada recentemente para investigar tentativas de golpe lideradas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a Polícia Federal, Jean Hernani Vilela, assessor de Zambelli, desempenhou um papel crucial na divulgação de um vídeo que continha informações enganosas sobre supostas falhas nas urnas eletrônicas. Este vídeo, postado na internet, apresentava um consultor político argentino, Fernando Cerimedo, discutindo essas supostas vulnerabilidades.

Se acordo com o Uol, a disseminação desse conteúdo tinha como objetivo criar um ambiente de desconfiança em relação ao resultado eleitoral, especialmente após a derrota de Bolsonaro.

Investigações revelaram que Hernani disponibilizou o vídeo em um sistema de compartilhamento de arquivos, e o assessor do Palácio do Planalto Tércio Arnaud Tomaz, vinculado ao “Gabinete do Ódio”, ajudou a propagar o link para acesso entre os bolsonaristas.

A PF, por meio da Operação Tempus Veritatis, afirmou que essa ação fazia parte de uma estratégia coordenada para desestabilizar o sistema eleitoral e criar condições favoráveis para um golpe.

Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal. Foto: Zeca Ribeiro

“A investigação obteve elementos de prova que demonstram a ação coordenada pelo grupo para utilizar influenciadores digitais, militares e o Partido Liberal para potencializar os ataques ao sistema eletrônico de votação, com o fim de criar o ambiente propício para a execução do Golpe de Estado”, disse a PF no relatório.

Além disso, Hernani já havia sido relacionado a investigações anteriores sobre ataques às instituições democráticas. Suspeita-se que ele tenha participado de transações financeiras com o hacker Walter Delgatti Neto para fabricar um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes e buscar vulnerabilidades nos sistemas do TSE. Ele foi alvo de busca e apreensão neste caso em andamento.

A defesa de Zambelli destacou que Hernani só começou a trabalhar em seu gabinete em 2023 e que desconhece os eventos de 2022. No entanto, registros mostram que uma empresa associada a Hernani prestou serviços para Zambelli em 2022, e sua esposa também foi contratada pela deputada.

Antes de ingressar como funcionário da parlamentar bolsonarista, Hernani trabalhou como assessor na liderança do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

Em agosto, Vilela revelou à CNN que transferiu R$ 3 mil dos R$ 13 mil enviados pela deputada para o hacker Walter Delgatti, responsável pela divulgação de mensagens da “vaza jato”. No entanto, o assessor negou que o repasse tenha sido realizado com verba da Câmara dos Deputados, de acordo com a CNN Brasil.

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