Benjamin Netanyahu defendeu Hitler. Foi em 2015. Segundo o primeiro-ministro de Israel, Hitler não planeava exterminar os judeus e foi o Mufti de Jerusalém que o convenceu.
As declarações de Netanyahu ocorreram na véspera de uma visita oficial à Alemanha e provocaram já protestos e desmentidos de políticos e historiadores em Israel e no mundo.
“Este e outros ataques contra a comunidade judaica em 1920, 1921, 1929, foram instigados pelo Mufti de Jerusalém, Haj Amin Al-Husseini, que mais tarde foi procurado por crimes de guerra durante os julgamentos de Nuremberga, porque desempenhou um papel central na organização da solução final. Viajou para Berlim. Na altura, Hitler não queria exterminar os judeus, queria apenas expulsá-los. Foi Haj Amin Al-Husseini que disse a Hitler: ‘Se os expulsar, eles vão vir todos para aqui’. ‘Então o que é que faço com eles?’, perguntou Hitler, e ele respondeu ‘Queime-os’”, disse.
As afirmações de Netanyahu foram imediatamente rejeitadas pelos mais proeminentes historiadores do Holocausto e figuras políticas de Israel.
O professor Dan Michman, historiador mundialmente reconhecido que dirige o Instituto de Estudos sobre o Holocausto na Bar-Ilan University de Israel e o Instituto Internacional para o Estudo do Holocausto do Yad Vashem, disse que, quando o encontro com o Mufti de Jerusalém aconteceu, Hitler tinha já dado início à “solução final”.
O ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, distanciou-se das afirmações do chefe do governo: “É claro que Haj Amin Al-Husseini não inventou a solução final. A história mostra claramente que foi Hitler quem a iniciou. Haj Amin Al-Husseini limitou-se a apoiá-lo.”
O líder da oposição israelita, Yitzhak Herzog, qualificou as declarações de Netanyahu de “perigosa distorção da história”.