Com judeus e evangélicos, Bolsonaro usa crise Lula-Israel para inflar ato na Paulista

Atualizado em 19 de fevereiro de 2024 às 12:56
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Foto: Menahem Kahana/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados estão tentando usar a crise entre o presidente Lula e o governo israelense para inflar o ato convocado para o próximo dia 25 na Avenida Paulista. O evento foi convocado pelo ex-mandatário na semana passada e será usado como uma tentativa de demonstrar poder político após ele ser alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de planejar golpe de Estado para se manter no poder.

O advogado e assessor de Bolsonaro Fábio Wajngarten sugeriu convidar o embaixador de Israel no Brasil, o bolsonarista Daniel Zonshine, para o ato do próximo fim de semana. Ele afirma que sugeriu o convite ao ex-presidente e ao pastor Silas Malafaia, idealizador e financiador do evento.

“Certamente será muito bem recebido e acolhido”, afirmou Wajngarten em publicação nas redes sociais. Zonshine ficou conhecido em novembro do ano passado por participar de reunião com o ex-presidente e parlamentares bolsonaristas. Na ocasião, ele gerou conflito com o governo Lula.

A ideia do ex-presidente e seus aliados é atrair mais judeus e evangélicos, que apoiam Israel na guerra com o Hamas, para o ato golpista do dia 25. Além disso, Bolsonaro é aliado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O presidente Lula comparou os ataques israelenses à Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido pelo líder nazista Adolf Hitler. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o petista neste domingo (18).

A declaração incomodou Netanyahu e o governo israelense. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, chegou a dizer que Lula “é uma persona non grata até que ele peça desculpas e se retrate”.

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