O ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, afirmou que as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Israel surgem para que a comunidade internacional se atente ao que ocorre com o povo palestino.
O atual chefe de Estado brasileiro, recentemente, condenou as ações militares israelenses contra a população de Gaza e comparou aos atos praticados por Adolf Hitler contra os judeus, na Alemanha. Em seu post, no X, Almeida também fez duras críticas ao governo israelense.
Leia:
Nada, absolutamente nada, é mais importante do que interromper a escalada da violência e o ciclo de mortes que têm destroçado a vida, em especial, de pessoas inocentes, mulheres e crianças.
O governo brasileiro, sob a liderança do Presidente Lula, desde o primeiro momento condenou os ataques do Hamas (que sem meias palavras, classificou de ‘terroristas’), e clamou pela libertação incondicional de todos os reféns. No exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU, foi o Brasil quem colocou em votação a proposta de um cessar-fogo imediato, infelizmente vetada pelos Estados Unidos.
Hoje, em Gaza, há milhares de crianças mortas e famílias desabrigadas, vivendo em condições desumanas e sendo forçadamente deslocadas. São pessoas sem acesso à saúde, à energia elétrica e à água potável e que, mesmo antes da guerra, já viviam há décadas sob a lógica do estado de sítio e do estado de exceção permanentes, característica do que se denominou de necropolítica.
Repito: nada pode ser mais urgente do que interromper as manifestas violações ao direito humanitário e nada, absolutamente nada, pode nos indignar mais do que a situação pelas quais passam as pessoas – todas as pessoas, sem exceção – afetadas por esta violência.
Estive honrosamente ao lado do Presidente Lula em sua viagem à África e foi lá, naquele continente, onde as técnicas de vários genocídios passados e atuais foram testadas sobre as populações negras – inclusive os praticados em solo europeu -, que o Presidente Lula reiterou em seu discurso na 37ª Cúpula da União Africana o seu veemente repúdio aos atos terroristas do Hamas e ao morticínio promovido pelas incursões militares do governo de Israel.
É importante que se frise o seguinte: é o governo extremista de Israel quem promove o massacre, e não a comunidade judaica, como os oportunistas e semeadores do ódio de dentro e de fora do Brasil tentam fazer parecer. Foi na Etiópia que o Presidente Lula, na esteira de posição histórica do Brasil e em observância ao princípio da autodeterminação dos povos, renovou seu compromisso com a existência de dois Estados e declarou seu apoio à inclusão da Palestina como membro pleno das Nações Unidas.
Estas foram as palavras do Presidente Lula em sua intervenção durante a Cúpula da União Africana:
‘Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses, e demandar a liberação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço à resposta desproporcional de Israel, que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza – em sua ampla maioria mulheres e crianças – e provocou o deslocamento forçado de mais de 80% da população. A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado palestino. Um Estado palestino que seja reconhecido como membro pleno das Nações Unidas’.
O Presidente Lula, portanto, levanta sua voz e usa sua autoridade para que toda a comunidade internacional olhe pelo povo palestino no exato momento em que o governo israelense ameaça invadir a cidade de Rafah por terra, em prenúncio de uma tragédia sem precedentes para a Palestina e que certamente trará terríveis consequências para toda a humanidade.
Em nenhum momento o Presidente Lula manifestou-se contra o povo de Israel ou contra a comunidade judaica. Pelo contrário: Lula se indigna contra a ação desproporcional e assassina de um governo que, inclusive, passa a ser questionado por outros membros da comunidade internacional, que se unem ao Brasil na exigência pelo cessar-fogo diante do Conselho de Segurança da ONU.
A partir da próxima semana, o Brasil participará da 55a sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, como membro eleito, e na ocasião irá reiterar suas posições pela solução pacífica dos conflitos e pela reforma das instituições de governança global que, nas palavras do Presidente Lula, tem se mostrado incapazes de fazer valer suas decisões ou de produzir consensos entre os países.
Nada, absolutamente nada, é mais importante do que interromper a escalada da violência e o ciclo de mortes que têm destroçado a vida, em especial, de pessoas inocentes, mulheres e crianças.
O governo brasileiro, sob a liderança do Presidente Lula, desde o primeiro momento…
— Silvio Almeida (@silviolual) February 20, 2024
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