Ato de Bolsonaro pode complicar sua situação jurídica, dizem ministros do STF

Atualizado em 21 de fevereiro de 2024 às 17:29
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) corre “um risco jurídico alto” ao promover um ato com seus apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo (25).

A informação é do colunista Kennedy Alencar, do UOL, que conversou com membros do Supremo. Segundo o jornalista, os magistrados “acham que tem um grande risco para o Bolsonaro e que será difícil o controle do discurso para ele não repetir ataques às instituições e não voltar a se complicar juridicamente”.

Os dois ministros que falaram com o jornalista, segundo ele, “têm o Bolsonaro entalado na garganta”.

O ex-presidente convocou a manifestação após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que investiga uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado.

Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, ele disse que o ato será “pacífico” e pediu que seus apoiadores não levem cartazes “contra quem quer que seja”.

Ainda segundo a apuração de Kennedy, ministros do STF acreditam que o ex-chefe do Executivo está tentando “emparedar” a Corte e desqualificar os ministros. “O que ele está fazendo é tentar emparedar o Supremo e é assim que está sendo recebido lá. É querer colocar um carimbo no Alexandre de Moraes e no plenário do STF de que não há isenção e imparcialidade para julgá-lo”, disse o colunista do UOL.

“Isso é mentira porque Bolsonaro está tendo tudo aquilo que queria negar aos brasileiros e que a democracia oferece em termos de garantias individuais e ele está recebendo”, acrescentou.

O jornalista destacou que não há risco de prisão para o ex-presidente durante o ato bolsonaristas. Entretanto, sua situação legal pode se complicar ainda mais diante das autoridades.

“Não há risco de prisão, mas de levar mais elementos para a denúncia na PGR. Me disseram também [os ministros] que o Gonet está com uma posição muito madura em relação a esse caso e acompanhou tudo, é uma PGR completamente diferente da de Augusto Aras e tem que levar isso em conta. A manifestação é mais um elemento de continuidade golpista. (…) o ato de Bolsonaro em São Paulo deve reforçar inquérito, denúncia e processo no STF”, afirmou.

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