As perguntas que Bolsonaro terá que responder em depoimento à PF

Atualizado em 22 de fevereiro de 2024 às 12:28
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro presta depoimento à Polícia Federal nesta quinta (22) no inquérito que apura o plano de golpe de Estado para mantê-lo no poder. Ele e ao menos oito aliados vão participar de oitivas hoje e serão questionados sobre a participação na trama golpista.

A defesa do ex-presidente chegou a pedir o adiamento do depoimento, mas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a solicitação. É provável que Bolsonaro fique em silêncio durante a oitiva, mas investigadores vão confrontá-lo com as provas coletadas até então no inquérito.

As principais perguntas da PF a Bolsonaro serão sobre o planejamento para a execução de um golpe de Estado e a elaboração de uma minuta golpista. Ele também deve ser questionado sobre os relatos coletados em depoimentos, como os feitos em delação premiada pelo seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.

O ex-presidente terá que esclarecer suas falas durante a reunião golpista de julho de 2022, quando ordenou que seus ministros repetissem fake news contra o sistema eleitoral e ameaçou “entrar em campo usando seu Exército”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante reunião golpista de julho de 2022. Foto: Reprodução

Outra prova que pesa contra Bolsonaro e será pauta do depoimento é a minuta golpista encontrada em sua sala na sede do PL em Brasília. A PF tem provas de que ele redigiu e editou o documento, que tinha com fundamentação jurídica para a decretação de um Estado de sítio.

A PF também acredita que ele trabalhava para impedir a posse do presidente Lula, que o derrotou nas eleições de 2022, e quer esclarecimentos de Bolsonaro sobre o tema. Ele ainda deve ser questionado sobre o “sistema de inteligência paralela”, que, segundo Moraes, era feito para monitorar autoridades e assegurar a prisão delas durante o golpe.

O ex-presidente também será confrontado por mensagens rastreadas de aliados e pelo incentivo para que bolsonaristas “resistissem” em frente a quartéis das Forças Armadas.

As perguntas da PF vão ser feitas com base nas provas incluídas no inquérito. O temor de aliados de Bolsonaro, no entanto, é que ele caia em contradição e seja confrontado por informações que ainda não foram vazadas.

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