Como a PF interpretou o silêncio de Bolsonaro em depoimento

Atualizado em 22 de fevereiro de 2024 às 19:26
O ex-presidente Jair Bolsonaro em frente à sua casa antes de ir para a sede da PF prestar depoimento. Foto: Adriano Machado/Reuters

A decisão de ficar calado durante depoimento à Polícia Federal do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou desconfiança em agentes. Apesar da alegação de seus advogados, de que eles não teriam conseguido acesso às provas do inquérito, fontes da corporação avaliam que ele não teria como justificar seu envolvimento com a trama golpista. A informação é da CNN Brasil.

Para investigadores da PF, as provas do inquérito que apura o plano de golpe de Estado para mantê-lo no poder são “contundentes” e Bolsonaro não conseguiria “desmenti-las”. Agentes acreditam que seu silêncio durante o interrogatório não deve ser prejudicial, já que a oitiva dele não era primordial para o avanço das investigações.

Segundo policiais federais, outros alvos da investigação colaboraram com o inquérito. É o caso do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, com quem foi encontrada uma minuta golpista no ano passado. Ele ensaia uma delação premiada com a corporação.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também colaborou com os investigadores. Segundo sua defesa, ele “respondeu todas as perguntas que lhe foram feitas”.

Os ex-ministros Augusto Heleno (GSI) e Walter Braga Netto (Defesa) também ficaram em silêncio durante depoimento. Foto: Reprodução

A defesa de Bolsonaro alegou que ele decidiu ficar em silêncio porque os advogados não tiveram acesso à “integralidade” dos autos do inquérito. “O único motivo pelo qual fez uso do silêncio foi dado ao fato de ele responder hoje a uma investigação semi-secreta”, afirmou Paulo Costa Bueno, que defende o ex-presidente.

Além do ex-presidente, também ficaram em silêncio Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional); Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência), Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa); Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro); e Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército).

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