A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao antigo Twitter, agora chamado de X, a “remoção imediata” de uma postagem feita pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).
Nessa publicação, o deputado associa o presidente Lula (PT) ao nazismo. A AGU alega que a conduta de Gayer configura difamação e apresenta indícios de calúnia, caracterizando um discurso odioso que não deve permanecer na plataforma.
Segundo a AGU, houve uma “violação flagrante” da lei por parte do deputado. No documento enviado ao X, a AGU expressou a intenção de preservar os metadados relacionados à publicação (como visualizações, curtidas e alcance) para embasar uma possível responsabilização de Gayer pela “conduta criminosa”.
A postagem em questão contém uma montagem de Lula segurando um fuzil, onde o presidente aparece com uma bandana do grupo extremista Hamas e duas suásticas nazistas – uma tatuada no rosto e a outra em uma braçadeira.
Na legenda, Gayer escreveu: “Atenção: Lula já mandou trocar a sua foto de presidente em todos os ministérios e estatais.”
O deputado Gustavo Gayer, ao ser contatado pelo UOL para comentar o caso, respondeu às mensagens com uma receita de bolo de chocolate, adotando uma prática semelhante à utilizada durante a ditadura militar, quando reportagens censuradas pelo governo eram substituídas por receitas ou poemas.
A polêmica teve início após declarações de Lula que compararam as ações de Israel em Gaza com o Holocausto. Tais comentários geraram forte reação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que acusou Lula de banalizar o Holocausto e ofender o povo judeu.
Como resultado, Israel considera Lula como ‘persona non grata’. O ministro israelense das Relações Exteriores declarou que Lula não será bem-vindo até que se retrate pelos comentários feitos sobre a guerra, considerando o episódio como um grave ataque antissemita.