O pastor Silas Malafaia, idealizador e financiador do ato de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, reclamou do afastamento de governadores durante seu discurso e xingou os aliados. Ele atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes em sua fala e acabou ficando sozinho no trio elétrico.
Inicialmente, Malafaia atacou o presidente Lula por suas críticas a Israel. No momento, os quatro governadores presentes no ato – o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) – ficaram ao seu lado.
Na sequência, quando começou a criticar o Supremo e o magistrado, apenas Tarcísio permaneceu na mesma área em que o religioso estava. Segundo aliados do governador de São Paulo, entretanto, ele também ficou incomodado com a fala do pastor.
“Alexandre de Moraes diz que a extrema-direita precisa ser combatida na América Latina. Como o ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater nem a extrema-direita nem a extrema-esquerda. Ele é guardião da Constituição. O presidente do STF, ministro Barroso, disse ‘nós derrotamos o bolsonarismo’. Isso é uma afronta, uma vergonha”, disse Malafaia na ocasião.
Desde que anunciou o ato, o ex-presidente pediu para que seus apoiadores e aliados não promovessem ataques contra adversários políticos. Malafaia havia prometido fazer discurso mais leve, mas não cumpriu. Ele diz, no entanto, que apenas mostrou “fatos”.
“Desafio dizerem onde eu menti. Não chamei o Alexandre de ditador da toga, não pedi o impeachment dele, nem disse que ele tem que ser preso”, afirmou à coluna de Igor Gadelha no Metrópoles.
O religioso ainda reclamou do afastamento de governadores e xingou os aliados. “Cambada de frouxos, covardes e X9. São caras que estão ali, mas não estarão ali. Eles desceram porque são frouxos. Deixo aqui o registro do meu respeito ao Tarcísio, porque não compactuou com a molecagem”, afirmou.