Nesta quarta (28), o deputado Ricardo Salles (PL-SP) foi vaiado durante sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem aos 40 anos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o movimento, ele fez um discurso e foi interrompido por gritos de “fascista”, “golpista” e “fora, Salles”.
“Infelizmente os achados que tivemos na CPI do MST sob a nossa ótica não trazem motivo para a comemoração. Em diversos estados da federação o que nós vimos nos acampamentos e assentamentos foi uma miséria generalizada e o insucesso de um modelo que não deu certo”, afirmou Salles em seu discurso.
Integrantes do MST que participaram da sessão solene também viraram de costas enquanto ele discursava. Os bolsonaristas Evair de Melo (PP-ES) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) também se inscreveram para discursar, mas não se manifestaram durante o evento.
Ricardo Salles é vaiado em sessão que homenageava o MST após fazer duras críticas ao movimento pic.twitter.com/iWJb05eRhE
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) February 28, 2024
Parlamentares do PSOL e do PT são autores do requerimento para realização da solenidade. O evento contou com a presença dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas). No início da sessão, foi lido um discurso feito pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com elogios ao movimento.
“A realização dessa sessão solene denota o respeito e a valorização da Câmara dos Deputados para com aqueles que defendem o fortalecimento da democracia e o combate às injustiças sociais. São essas as causas que atribuíram ao MST ao longo de 40 anos os seus mais elevados méritos tornando essa organização popular e credora de verdadeira distinção”, diz discurso de Lira lido pela deputada Maria do Rosário (PT-RS).
A parlamentar, que presidiu a solenidade, ainda criticou deputados bolsonaristas que atacaram o MST durante o evento. Segundo ela, a oposição tentou transformar o ato em uma “sessão de provocação”.