O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está buscando, através de sua defesa, o acesso aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, general Marco Antônio Freire Gomes e tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, respectivamente.
Estes depoimentos são cruciais na Operação Tempus Veritatis, a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo o UOL, os advogados do ex-mandatário afirmam que os testemunhos dos militares são de suma importância para o caso.
Durante seu depoimento à Polícia Federal, Freire Gomes confirmou sua participação em reuniões nas quais foi discutida uma “minuta de golpe”, na presença de Bolsonaro. Baptista Júnior também corroborou essa linha de declaração do general. O brigadeiro enfatizou sua posição contrária à ideia de golpe, reforçando sua postura legalista durante tais encontros.
A solicitação de acesso aos depoimentos foi protocolada por Bolsonaro no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação que tem como foco o ex-presidente e sua possível conexão com uma trama golpista, que incluiria até mesmo a prisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Os advogados de Bolsonaro, Paulo Amador da Cunha Bueno e Fábio Wajngarten, liderando sua defesa, argumentam que, desde que Moraes concedeu acesso aos autos da investigação, em 19 de fevereiro, houve um progresso significativo no inquérito. Eles afirmam que, dada essa evolução, é essencial que os termos das declarações prestadas até o momento sejam disponibilizados à defesa imediatamente.
“Nesse contexto, é indubitável que os termos de declarações de oitivas já realizadas constituem elementos já efetivamente documentados, tornando-se, assim, imperiosa a juntada dos aludidos termos a fim de garantir o acesso imediato a eles pela defesa”, alegam os representantes do político do Partido Liberal.