Signatário de um pedido de impeachment contra o presidente Lula por comparar os ataques israelenses em Gaza ao Holocausto, o deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) já defendeu o direito de negar o extermínio de judeus. Durante entrevista ao programa “Irmãos Dias Podcast”, ele também se manifestou a favor da criação de um partido nazista.
“A liberdade de expressão é uma discussão muito mais profunda do que as pessoas acreditam. Existem, por exemplo, judeus que não são contrários a uma tese que foi feita por um estudioso que colocou como se o Holocausto fosse mentiroso”, afirmou o deputado na entrevista, que ocorreu em 2022.
Ele afirmou que permitir teorias conspiratórias do tipo seria um exercício de “liberdade de expressão”. “A própria comunidade judaica deu a liberdade de esse cara falar isso. A liberdade de expressão plena em uma sociedade que se autorregula não acontece censurando as coisas, mas deixando que as coisas aconteçam e que as pessoas consigam analisar que aquilo é absurdo”, prosseguiu.
VÍDEO: Nikolas Ferreira defendeu o "direito de negar o Holocausto e fundar partidos nazistas".
Citando a "liberdade de expressão", extremista que acaba de ser eleito presidente da Comissão de Educação, afirmou ao podcast Irmãos Dias que "é melhor não proibir essas 'opiniões'". pic.twitter.com/tywg7A27q0
— Articulação Judaica de Esquerda ?? (@AJEOficial) March 7, 2024
O bolsonarista assinou o pedido de impeachment feito por Carla Zambelli (PL-SP) contra o presidente Lula. O requerimento foi motivado pela fala do petista, que comparou os ataques de Israel ao território palestino ao Holocausto.
A declaração irritou bolsonaristas e tem exposto a hipocrisia de alguns deles, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que já usou o extermínio de judeus como argumento para defender terroristas presos no 8 de janeiro. Daniela Renehr (PL-SC), que também assinou o documento, já se calou ao ser questionada sobre uma fala do seu pai, professor de História que relativiza o Holocausto.