Portugal vai às urnas sob o risco do crescimento da extrema-direita

Atualizado em 10 de março de 2024 às 9:44
Eleitora com a bandeira de Portugal. Foto: reprodução

Em novembro, o primeiro-ministro de Portugal António Costa, do Partido Socialista, renunciou, gerando uma reviravolta após o Ministério Público erroneamente investigar o político em um caso de corrupção. Com a correção do equívoco, o país antecipa suas eleições legislativas originalmente programadas para 2026.

Neste domingo (10), aproximadamente 10,8 milhões de eleitores portugueses participam das eleições legislativas em meio à perspectiva de a extrema direita integrar pela primeira vez um novo governo no país.

Ao contrário do Brasil, Portugal opera sob um regime semipresidencialista, composto por um presidente e um primeiro-ministro. Os eleitores votam para escolher deputados da Assembleia da República, o Parlamento português, com a votação direcionada para partidos, não candidatos individuais. O partido que obtiver mais votos pode assumir o controle do Legislativo ao conquistar um número mínimo de assentos no Parlamento.

Dois partidos destacam-se nas pesquisas, mas sem maioria absoluta. A Aliança Democrática (AD), de centro-direita, lidera com 34%, seguida pelo Partido Socialista (PS), de esquerda, com 28%. O partido de extrema direita, Chega, alcança 16%, alimentando especulações sobre uma possível coalizão com a AD.

Jovens portugueses seguram folhetos com o slogan "Portugal precisa de uma limpeza" durante ato do partido de extrema direita Chega, em fevereiro de 2024. — Foto: Patrícia de Melo Moreira/ AFP
Jovens portugueses durante ato do partido de extrema direita Chega, em fevereiro de 2024. — Foto: Patrícia de Melo Moreira/ AFP

Analistas políticos sugerem que uma aliança entre Chega e AD é viável, marcando a estreia da extrema direita no governo português, conforme informações do G1. A AD inclui o Partido Social-Democrata (PSD) e duas outras siglas conservadoras.

O Chega tem potencial para fazer parte da próxima administração nacional se nenhum dos dois principais partidos pesquisados conseguir formar um governo. Esse cenário tem sido destacado pelas principais pesquisas de opinião, e poderia marcar o retorno de Portugal ao modelo conhecido como “geringonça”, caracterizado por um governo composto por múltiplos partidos.

Apesar da resistência do presidente da AD, Luís Montenegro, em aliar-se ao Chega, o líder da legenda de extrema direita, André Ventura, expressa confiança em garantir apoio dentro da AD para um possível acordo em um novo governo.

Vale destacar que em caso de vitória do Partido Socialista, as chances de uma coalizão com a extrema direita são consideradas praticamente nulas.

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