Lula minimiza “choradeira” do mercado e quer que Petrobras não pense só nos acionistas

Atualizado em 11 de março de 2024 às 20:45
Lula concede entrevista a Cesar Filho, do SBT. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), declarou em uma entrevista ao SBT nesta segunda-feira (11) que a Petrobras deve considerar não apenas os acionistas da empresa, mas também o bem-estar dos brasileiros. Segundo ele: “Se eu for atender apenas à choradeira do mercado, você não faz nada”, disse.

Lula fez esse comentário em relação à decisão da Petrobras de não pagar dividendos extras aos investidores, optando por uma proposta do conselho de distribuir dividendos ordinários de R$ 14,2 bilhões e destinar R$ 43,9 bilhões para uma reserva estatutária.

“Será que o mercado não tem pena das pessoas que passam fome? Será que o mercado não tem pena de 735 milhões de pessoas que não têm o que comer?”, questionou Lula. “Será que o mercado não tem pena das pessoas que dormem na sarjeta no centro de São Paulo e do Rio de Janeiro? Será que o mercado não tem pena das meninas com 12 e 13 anos que, às vezes, vendem o corpo por causa de um prato de comida?”

O presidente criticou a ênfase dada à distribuição de dividendos, apesar dos resultados positivos da Petrobras, como o crescimento, recordes de produção de gasolina e exportação de petróleo, e arrecadação recorde.

Ele destacou que a Petrobras, ao longo do tempo, enfrentou tentativas de privatização, relembrando a resistência inicial em 1953.

Lula enfatizou a importância de a Petrobras participar da transição energética, sem perder de vista sua missão original. Ele expressou seu desejo por um mundo sem poluição e destacou a necessidade de descarbonizar o planeta Terra.

A reação do mercado à decisão da Petrobras foi negativa, resultando em uma perda de R$ 52,3 bilhões em valor de mercado em um único dia. As ações ordináriasda empresa caíram mais de 10%, enquanto as preferenciais recuaram 9% na Bolsa de Valores do Brasil.

Na entrevista, Lula também rebateu as críticas do mercado financeiro ao seu governo, caracterizando-o como voraz e egoísta. Ele questionou se o mercado não se compadece das pessoas em situação de vulnerabilidade e criticou a falta de preocupação com questões sociais, como a fome e a exploração de menores.

Sobre a queda de popularidade do atual governo, Lula minimizou os resultados negativos das pesquisas recentes e expressou confiança de que seu governo entregará resultados. Ele considerou essas pesquisas como uma fotografia do momento atual, ressaltando a importância de utilizá-las como instrumento de ação e mudança na estratégia de governo.

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