Petrobras pagou mais dividendos que as 5 principais petrolíferas internacionais

Atualizado em 12 de março de 2024 às 9:45
Fachada de edifício sede da Petrobras. (Foto: Reprodução)

Em 2023, a Petrobras se destacou ao superar as cinco principais petrolíferas internacionais, conhecidas como as “5 Irmãs” (Chevron, BP, Total, Shell e Exxon Mobil), ao distribuir os maiores dividendos aos acionistas.

De acordo com a Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), a estatal brasileira desembolsou US$ 20,28 bilhões, enquanto a Exxon, segunda colocada, pagou US$ 14,95 bilhões.

O presidente da Aepet, Felipe Coutinho, enfatizou que, apesar de ter a menor receita entre as empresas comparadas, a Petrobras foi a líder em distribuição de dividendos. No entanto, essa alta distribuição está associada à redução dos investimentos realizados pela Petrobras nos anos anteriores, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade dessa estratégia.

Cenário em 2023

Em 2023, a Petrobras aumentou seus investimentos para US$ 12,7 bilhões, um crescimento de 29% em relação ao ano anterior. No entanto, especialistas alertam que esses valores ainda são considerados baixos diante dos planos de expansão e modernização da companhia.

Eric Gil Dantas, economista do Observatório Social do Petróleo, ressalta que a empresa pode precisar recorrer a endividamento para financiar seus projetos futuros.

“Há uma pressão para que a Petrobras pague ainda mais dividendos. Mesmo ela sendo a maior pagadora de dividendos do Brasil, o mercado sempre vai querer que a Petrobras pague mais, mesmo que isso prejudique o caixa da empresa”, destacou.

“Não parece ter base na realidade uma chantagem de desvalorização da companhia. Primeiro, porque ela é a segunda maior geradora de caixa entre as petrolíferas do Ocidente e também porque ela já é a maior pagadora de dividendos do Brasil”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante café da manhã com jornalistas setoristas, no Palácio do Planalto.

O elevado montante de dividendos distribuídos gerou divergências internas na Petrobras, resultando na convocação do presidente da empresa, Jean Paul Prates, para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula enfatizou a importância de considerar não apenas os interesses dos acionistas, mas também os da população brasileira, que é detentora da empresa.

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