Em depoimento à Polícia Federal nesta segunda (11), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, falou sobre fraude nos cartões de vacinação, venda ilegal de joias e a trama golpista. Segundo investigadores, ele ampliou detalhes sobre temas abordados em sua delação premiada. A informação é do Blog da Camila Bomfim no g1.
Durante o interrogatório, que durou cerca de nove horas, Cid afirmou que o entorno do ex-presidente foi alertado que não havia fraude nas urnas eletrônicas e insistiu na narrativa mesmo assim, prosseguindo com as reuniões golpistas. A declaração reforça o que disse Freire Gomes, ex-comandante do Exército, em sua oitiva.
O tenente-coronel apontou que a narrativa contra o sistema eleitoral era a única forma encontrada por bolsonaristas para embasar o golpe de Estado. Ele ainda relatou que Freire Gomes nunca aderiu ao plano de ruptura institucional.
O depoimento de Cid durou cerca de nove horas e é considerado “importante e esclarecedor” pela PF, que filmou o interrogatório e vai transcrever todas as falas dele a partir desta terça (12). Ele já participou de oitivas para a corporação em seis outras ocasiões e, segundo investigadores, ele esclareceu pontos não abordados em outras ocasiões.
O ex-ajudante de ordens também disse que não participou da reunião golpista com os então comandantes das Forças Armadas e Bolsonaro sobre uma tentativa de golpe de Estado.
Cid concordou com uma delação premiada com a corporação em setembro de 2023. Desde então, ele tem a obrigação de prestar novas informações para não perder os benefícios do acordo. O interrogatório desta segunda foi marcado após operações de busca e apreensão da PF contra Bolsonaro e seus aliados.