SP: vereador ligado ao MBL protocola CPI contra Padre Júlio Lancelotti na Câmara

Atualizado em 13 de março de 2024 às 20:47
O padre Júlio Lancelotti pode ser investigado pela CPI da Câmara Municipal de São Paulo. Reprodução

O vereador Rubinho Nunes (União Brasil-SP), apresentou nesta quarta-feira (13) o requerimento para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar possíveis crimes contra pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. O foco da CPI está centrado nas atividades do padre Julio Lancellotti, reconhecido por sua atuação social, especialmente na região da cracolândia.

Rubinho Nunes, que faz parte da base de apoio do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e é ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), obteve as 19 assinaturas necessárias para dar continuidade ao processo. Entre os signatários está o presidente da Casa, Milton Leite, também da União. Agora, o pedido de instalação da CPI precisa ser submetido a votação em plenário.

Para que o requerimento de preferência, que possibilita que a CPI seja priorizada em relação a outros pedidos de investigação, seja aprovado, são necessários pelo menos 28 votos favoráveis dos 55 parlamentares. Se aprovada, a CPI será composta por sete vereadores e terá uma duração inicial de 120 dias, podendo ser prorrogada por mais 120.

No ano passado, Rubinho já havia tentado instaurar a CPI com o objetivo de investigar organizações não-governamentais na região central da cidade, mas a oposição argumentou que a comissão visava atingir o padre Julio Lancellotti, o que levou à retirada de apoio por parte de alguns vereadores e ao adiamento da discussão para depois do carnaval.

O vereador Rubinho Nunes, ligado ao MBL, autor do requerimento da CPI. Reprodução

 

Entretanto, neste ano, o vereador recebeu denúncias de crimes sexuais envolvendo o religioso e alterou o foco da CPI, que agora está mais voltada para as atividades de Lancellotti. Algumas dessas denúncias remetem a acusações antigas, já arquivadas, feitas por membros do Movimento Brasil Livre (MBL), do qual Rubinho é associado.

O objetivo da comissão, segundo consta no pedido, é investigar possíveis violações à dignidade humana, especialmente crimes contra a liberdade sexual, assédio moral e sexual, abusos psicológicos e congêneres cometidos contra pessoas em situação de rua, vulneráveis e dependentes químicos na cidade de São Paulo. No entanto, as denúncias não foram detalhadas no requerimento.

Em suas redes sociais, o vereador frequentemente expressava críticas ao padre Lancellotti, conhecido também por seu apoio a políticos de esquerda. Vereadores do PT e do Psol se opõem à CPI, acusando Rubinho de promover a investigação por motivações políticas. Em resposta, o vereador argumentou: “Qual a necessidade de proteger o indivíduo? Se o seu trabalho é tão correto, se suas ações são tão íntegras, por que não investigar?”

Nos últimos dias, movimentos sociais e militantes realizaram manifestações em apoio ao padre. Em declarações anteriores, Lancellotti afirmou que as acusações são infundadas e que a Arquidiocese, que também está investigando o caso, esclarecerá a verdade.

Segue abaixo a lista dos vereadores que assinaram o protocolo para instalação da CPI:

Adilson Amadeu (União)

André Santos (Republicanos)

Atílio Francisco (Republicanos)

Cris Monteiro (Novo)

Eli Corrêa (União)

Ely Teruel (Podemos)

Fernando Holiday (PL)

George Hato (MDB)

Isac Felix (PL)

João Jorge (PSDB)

Major Palumbo (PP)

Marcelo Messias (MDB)

Marlon Luz (MDB)

Milton Leite (União)

Rinaldi Digilio (União)

Rodolfo Despachante (PP)

Rubinho Nunes (União)

Rute Costa (PSDB)

Sansão Pereira (Republicanos)

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