Na mira da Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento em uma trama golpista, o ex-comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, teria alegado a aliados que a nota em defesa dos acampamentos em frente a quartéis do Exército, em várias regiões do país, foi um “acordo” entre os comandantes das Forças Armadas.
A divulgação do texto em 11 de novembro de 2022 coincidiu com a pressão para uma ação do Exército visando a desmobilização dos acampamentos, inclusive no Quartel-General em Brasília. Bolsonaristas clamavam por intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.
De acordo com a CNN Brasil, Garnier justificou a sua assinatura no texto como um gesto de “apoio” e “prestígio” ao ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, sob pressão devido à ausência de mobilizações diante de unidades da Marinha.
A nota, também assinada pelo então comandante da Força Área Brasileira (FAB), Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Baptista Junior, descreve os acampamentos como “manifestações populares” e destaca o papel das Forças Armadas como “moderadoras” nos momentos cruciais da história.
O comunicado critica ainda “possíveis excessos” em manifestações e condena “eventuais restrições aos direitos por parte de agentes públicos”. O General Paulo Sérgio Nogueira, então Ministro da Defesa, não assinou o documento.
Para a PF, a nota foi “relevante” na “manutenção e intensificação das manifestações antidemocrática, em vista do suposto respaldo das Forças Armadas ao movimento”.
Segundo a investigação, Garnier foi o único dos três comandantes do final do governo Bolsonaro a oferecer o apoio das tropas a um golpe de Estado. Freire Gomes e Baptista Junior teriam rejeitado a ideia, testemunhando à PF nessa qualidade.
Garnier é considerado um dos principais alvos da investigação. Convocado a depor em 22 de fevereiro, ele permaneceu em silêncio alegando não ter tido acesso completo aos autos.
De acordo com a representação policial que embasou a decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Garnier é parte do núcleo de oficiais de alta patente que teriam usado seus cargos “para influenciar e incitar o apoio aos demais núcleos de atuação, por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas, para a consumação do golpe de Estado”.
As investigações também apontam a participação de Garnier em reuniões no Palácio do Planalto. Em depoimento, Freire Gomes afirmou ter participado de encontros entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ex-comandantes das Forças Armadas, onde foram discutidos termos de uma minuta para um golpe de Estado.
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