O Papa Francisco destaca que seu compromisso com o combate à pobreza e a atenção aos marginalizados não o classifica como marxista ou comunista. Estas afirmações fazem parte de sua autobiografia, intitulada “Life: My Story Through History”, a ser lançada em 19 de março, disponível em inglês e italiano. Fragmentos do livro foram obtidos e divulgados pelo jornal italiano Corriere della Sera nesta quinta-feira.
Após a renúncia de Bento XVI, que se tornou o primeiro papa a abdicar em 600 anos de história, Francisco foi eleito para liderar a Igreja Católica. Durante seu papado, enfrentou críticas da extrema-direita e de alas conservadoras do catolicismo, mas manteve o combate à pobreza como uma de suas principais missões.
Desde sua posse, Francisco promoveu mudanças no comportamento dos bispos e padres no Vaticano, defendeu o acolhimento de refugiados em todas as igrejas e criticou o papel do dinheiro e do sistema financeiro na sociedade.
“Discutir sobre os pobres não implica automaticamente em ser comunista”, destaca Jorge Bergoglio, relatando que uma de suas primeiras professoras, Ester, era comunista e fornecia material do Partido Comunista, mas acabou sendo torturada e morta pela ditadura argentina.
“Os pobres são a bandeira do evangelho e estão no coração de Jesus”, insistiu. “Isso não é comunismo. Isso é cristianismo em estado puro”, insistiu.
Na autobiografia, Francisco também compartilha detalhes sobre sua eleição, revelando que quase foi eleito na primeira rodada do Conclave.
Ele relembra o momento em que o arcebispo brasileiro Claudio Hummes o encorajou com as palavras “Não tenha medo” e posteriormente lhe pediu para “não esquecer dos pobres”, sugerindo o nome “Francisco” para adotar durante seu pontificado.