Bolsonaro sabia da carta dos oficiais aos comandantes militares, diz tenente-coronel

Atualizado em 16 de março de 2024 às 20:11
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil. Foto: Reprodução

Em seu depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros relatou que recebeu informações de Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro, indicando que o ex-presidente estava ciente de uma carta redigida por oficiais e destinada aos comandantes militares.

O testemunho de Medeiros à PF foi prestado em 22 de fevereiro, como parte das investigações conduzidas no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um suposto plano de golpe de Estado elaborado pelo grupo ligado ao ex-presidente.

As autoridades policiais estão averiguando se a carta dos oficiais tinha como objetivo pressionar o comandante do Exército em 2022, general Marco Antônio Freire Gomes, a apoiar movimentos golpistas visando manter Bolsonaro na Presidência.

Medeiros confirmou à PF que, a pedido de Cid, conversou por telefone com o coronel da infantaria Anderson Lima de Moura a respeito da carta. No entanto, ele não forneceu detalhes sobre o teor da conversa e afirmou desconhecer se Moura estava envolvido na elaboração do documento.

Após o contato telefônico, Medeiros enviou uma mensagem a Cid questionando se “o 01 sabe disso?”.

Bolsonaro e Mauro Cid em túnel da Papuda. Foto: reprodução

Em seu depoimento, Medeiros esclareceu que “01” se referia a Bolsonaro e que acreditava que Cid havia respondido “sim” à sua pergunta, indicando que o ex-presidente estava ciente do assunto abordado na carta dos oficiais.

Medeiros admitiu à PF que inicialmente assinou a carta, mas posteriormente decidiu retirar sua assinatura. Ele afirmou não saber quem foi o autor do documento e que não recordava da versão final do seu conteúdo.

O tenente-coronel reconheceu que a manifestação política pública é proibida pelos estatutos militares, mas reiterou ter retirado sua assinatura. Além disso, afirmou desconhecer se algum militar foi alvo de medidas disciplinares na época em relação a esse incidente.

Por fim, Medeiros negou ter participado de reuniões sobre “intervenção militar” e também negou ter conhecimento de um plano de golpe de Estado.

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