A Polícia Federal aguarda informações do governo dos Estados Unidos e pode apontar “novas condutas ilícitas” do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros investigados no caso de fraude nos cartões de vacinação. A corporação quer saber se ele e seus aliados entraram no país utilizando certificados falsos de imunização.
O Departamento de Justiça e o governo brasileiro possuem um acordo de cooperação jurídica para esclarecer o caso. O ex-presidente viajou aos EUA junto de outros investigados em 30 de dezembro de 2022, penúltimo dia de seu mandato, e o país exigia comprovante de vacinação à época.
“A investigação aguarda os dados decorrente do Auxilio Jurídico em matéria penal solicitado junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos – DOJ, que podem esclarecer se os investigados fizeram uso dos certificados de vacinação ideologicamente falsos quando da entrada e estadia no território norte-americano, podendo configurar novas condutas ilícitas”, diz a PF em relatório.
Bolsonaro e outras 16 pessoas foram indiciadas pelo esquema de fraude em cartões de vacinação. Segundo o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, ele “possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares”.
Em delação, Cid ainda afirmou que Bolsonaro ordenou que ele forjasse comprovantes de imunização para ele e sua filha, Laura Bolsonaro (12). Os certificados foram impressos em um equipamento dentro do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, segundo a investigação.
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda apontam que o esquema de fraude tem relação com a trama golpista. Para magistrados, a data da inclusão dos dados falsos deixa claro que Bolsonaro sabia que as Forças Armadas não embarcariam em um golpe de Estado e, por isso, “resolveu ir embora” do país.