O ex-policial militar Ronnie Lessa exigiu que sua família recebesse segurança da Polícia Federa para fechar um acordo de delação premiada no inquérito do assassinato da vereadora Marielle Franco. Ele temia que seus familiares fossem atacados após colaborar com as investigações.
Elaine Lessa, esposa de Ronnie, e Mohana Lessa, sua filha, afirmaram que não sabiam do acordo com a corporação. “Estamos isentas e no escuro sobre qualquer assunto relacionado a isso. Estou desnorteada”, afirmou a mulher do ex-PM à coluna de Guilherme Amado no Metrópoles.
Na delação, Lessa citou o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) como um dos envolvidos no crime. Ele é irmão de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), apontado como mandante do crime.
O caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) após menção a autoridade com foro por prerrogativa de função, que determina que autoridades como presidente, vice-presidente, senadores, deputados federais e outros só possam ser julgados pela Corte.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta quarta (19) que a delação de Lessa foi homologada pelo Supremo. Ele afirmou que “em breve teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”.
Lessa está preso desde março de 2019 por acusação de ter executado o atentado contra Marielle e seu motorista, Anderson Gomes. Ele foi apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora pelo também ex-policial militar Élcio de Queiroz.