Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro querem se vingar do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso após ser apontado como um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco. Sua detenção precisa ser confirmada pela Câmara dos Deputados para continuar valendo e bolsonaristas não pretendem ajudá-lo.
Alguns parlamentares próximos ao ex-presidente avaliam que a votação no plenário pode ser uma oportunidade de vingança. Eles lembram que Chiquinho foi favorável à manutenção da prisão do ex-deputado Daniel Silveira, detido no âmbito do inquérito das fake news.
“Esse voto dele enterrou qualquer chance de bolsonaristas pensarem em apoiá-lo”, afirma um interlocutor de Bolsonaro à coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo. Na ocasião, a prisão de Silveira foi confirmada por ampla maioria na Câmara (364 votos a favor e 130 contra).
Para manter a prisão de um deputado, é necessário o aval da maioria absoluta da Câmara: 257 votos. As votações são abertas e contam com a divulgação pública da manifestação de cada um dos parlamentares.
É provável que Chiquinho tenha o mesmo destino de Silveira na Câmara. Nesta terça (26), o deputado Darci de Matos (PSD-SC), relator do caso, se manifestou a favor da prisão do parlamentar do clã Brazão. O documento foi finalizado e enviado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
“No cenário descrito, considerando os requisitos constitucionais de flagrante e inafiançabilidade, além de estar devidamente embasado, meu voto é pela manutenção da decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, referendada por unanimidade pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal”, diz o relatório de Darci.
O deputado foi preso neste domingo (24) pela Polícia Federal junto de seu irmão, Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.