A gestão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi condenada a pagar uma multa de R$ 50 mil por descumprir uma medida judicial que proibia a realização da cerimônia de homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O evento de entrega do título de cidadã paulistana foi realizado na segunda-feira (25) no Theatro Municipal de São Paulo contra a determinação da Justiça paulista.
Após a decisão, o vereador Rinaldo Diglio (União Brasil), responsável pela proposta de homenagem a Michelle, anunciou que pagaria R$ 100 mil pelo aluguel do espaço, que havia sido cedido pela prefeitura.
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou a Justiça para barrar a cerimônia, e a 10ª Câmara de Direito Público decidiu na sexta-feira (22) proibir sua realização no Theatro Municipal. A decisão foi emitida pela juíza Paula Micheletto Cometti, da 12ª Vara de Fazenda Pública do TJ-SP.
Na sexta-feira, o desembargador Martin Vargas determinou que a cerimônia deveria ocorrer na própria Câmara, sob pena de multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento.
Após o evento, a procuradora do município de São Paulo, Carla Cristina Aude Guimarães, anexou ao processo o comprovante de pagamento do aluguel do Theatro Municipal, no valor de R$ 100 mil, feito por Diglio à Sustenidos, organização social que administra o teatro.
A cerimônia contou com a presença de Jair Bolsonaro (PL) e Ricardo Nunes, que conta com o apoio do ex-presidente na eleição municipal deste ano.
Durante seu discurso, Michelle Bolsonaro fez referências religiosas e afirmou que Bolsonaro foi escolhido por Deus “para levantar essa nação”. Ela também mencionou a facada sofrida pelo ex-presidente em 2018, dizendo que Deus reverteu o incidente porque sabia de sua “missão e propósito na Terra”. Ao final, ela pediu que o vereador Diglio, que é pastor, realizasse uma oração.