Na manhã desta quarta-feira (27), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a revelação de sua fuga para a embaixada da Hungria em Brasília, após operação da Polícia Federal sobre o plano golpista.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, foi perguntado se considerava o episódio normal ou estranho, após se reunir com Bolsonaro na segunda (25). Tarcísio, que participava do lançamento de um concurso nacional de arquitetura, limitou-se a responder: “Nada de mais”.
A permanência de Bolsonaro na embaixada gerou uma investigação da PF e levou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a exigir explicações dentro de 48 horas, prazo que expira nesta quarta-feira. Até então, o ex-presidente não se manifestou oficialmente à Corte.
Ele ficou hospedado no local de 12 a 14 de fevereiro, quatro dias após ter seu passaporte retido pela PF e horas após convocar um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, para fomentar sua defesa contra a operação que o investiga pela trama golpista após perder as eleições de 2022.
A estadia de Bolsonaro na embaixada suscitou interpretações sobre uma possível interferência do governo da Hungria, do primeiro-ministro Viktor Orbán, em assuntos internos do Brasil. Caso tivesse permanecido dentro da missão diplomática, Bolsonaro estaria, teoricamente, protegido de uma eventual ordem de prisão devido às convenções diplomáticas.
Aliados de Bolsonaro estão levantando a possibilidade de que sua presença anunciada no ato na Avenida Paulista serviria como um “álibi” para desmentir qualquer intenção de buscar asilo na Embaixada da Hungria naquele período.
Diante da situação, o Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador da Hungria, Miklós Halmai, para prestar esclarecimentos, demonstrando a contrariedade do governo brasileiro com o ocorrido.