Nesta quarta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esclareceu sua estadia na Embaixada da Hungria em Brasília, alegando que não havia temor de prisão, o que tornaria “ilógico” qualquer suposição de busca de asilo. Essa foi a explicação oficial dada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou um prazo de 48 horas para que Bolsonaro apresentasse uma explicação sobre sua estadia na propriedade húngara.
Os advogados de Bolsonaro mudaram o argumento da nota pública divulgada anteriormente, que sugeriu que o ex-presidente estava “atualizando os cenários políticos das duas nações” durante sua estadia na embaixada. A resposta foi elaborada após Moraes solicitar esclarecimentos em decorrência da revelação do episódio pelo jornal americano “The New York Times”.
A defesa de Bolsonaro argumenta que, devido às ações da Polícia Federal em 8 de fevereiro, incluindo prisões e apreensões, ficou claro que não havia intenção de prendê-lo naquela ocasião.
O ex-presidente alega que jamais se furtou a comparecer a qualquer ato para o qual foi intimado e informou ao STF suas duas viagens ao exterior.
Imagens de câmeras de segurança mostram Bolsonaro na embaixada da Hungria, acompanhado pelo embaixador húngaro e membros da equipe diplomática, quatro dias após as ações da Polícia Federal.
Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro sugere uma tentativa de aproveitar suas relações com o primeiro-ministro Viktor Orbán para escapar de investigações em curso no STF.
Os advogados reiteram a proximidade entre Bolsonaro e Orbán, destacando o alinhamento político e a interlocução frequente em assuntos de interesse conservador. Orbán compareceu à posse de Bolsonaro em 2019, destacando os laços entre os dois líderes.