A advogada Karina Kufa, conhecida por defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, está orquestrando a formação de um grupo de juristas alinhados à direita, denominado “Os garantistas”.
Embora ainda não tenha uma existência formal, a criação oficial do grupo está programada para ser anunciada em um jantar no próximo mês, em Brasília. No momento, o grupo de WhatsApp já conta com 65 membros.
A iniciativa de Karina Kufa busca estabelecer um contraponto ao influente grupo Prerrogativas, surgido em 2015 durante o ápice da operação Lava-Jato, composto por advogados, juristas e ministros identificados com o campo progressista e mais alinhados à esquerda, notadamente na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Enquanto o Prerrogativas possui cerca de mil membros distribuídos em quatro grupos, os Garantistas estão em processo de recrutamento.
A adesão ao grupo é realizada através de um formulário de inscrição contendo seis perguntas, incluindo a disposição do interessado em contribuir para evitar uma suposta ascensão do comunismo no país e a defesa da preservação da família tradicional e dos valores religiosos.
O formulário também indaga sobre a identificação ideológica do participante e sua preferência para presidente da República. O movimento liderado por Karina visa unir advogados alinhados ao conservadorismo em uma entidade de maior visibilidade e prestígio.
Contrariamente ao viés confrontacional, o grupo “Prerrogativas da direita” busca uma advocacia moderada e dialogante com o Poder Judiciário. Essa postura, embora ocasionalmente desagrade os bolsonaristas, é vista pela advogada como estratégica em momentos críticos.
No entanto, os Garantistas não devem aceitar advogados conhecidos por proferir ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), buscando assim um perfil mais moderado e conciliador.
Paralelamente, já existe a Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB), sediada em João Pessoa (PB), que enfrentou controvérsias em relação à sua denominação semelhante à da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e à sua postura de ameaçar processar críticos do presidente Jair Bolsonaro e seus familiares.