No âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministro Alexandre de Moraes emerge como o principal interlocutor do Comandante do Exército, o General Tomás Paiva.
Em muitos casos, são iniciativas do próprio General que buscam o Magistrado para obter informações sobre membros da caserna sob investigação e esclarecer dúvidas sobre o cumprimento de decisões judiciais, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
Um dos contatos mais recentes envolveu informações preliminares relacionadas à promoção de um militar dentro do Exército. Este foi o caso da nomeação do General Richard Nunes para o segundo posto mais alto da hierarquia militar, o de chefe do Estado-Maior. Antes de finalizar a decisão, o General Tomás Paiva consultou Moraes, especialmente porque o nome do General Nunes surgiu em conexão com o caso Marielle.
Richard Nunes ocupava o cargo de Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro em 2018, quando ocorreu o assassinato da vereadora.
De acordo com relatórios da Polícia Federal, ele foi responsável por nomear o Delegado Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil, apesar de não ter sido recomendado pelo setor de inteligência da corporação. Rivaldo está atualmente detido, acusado de planejar o assassinato de Marielle, com os irmãos Brazão apontados como mandantes.
Quando o nome do General Richard Nunes surgiu no relatório, o Comandante do Exército entrou em contato com Moraes e expressou sua intenção de promovê-lo. Durante a conversa, ele deixou claro que, caso houvesse informações comprometedoras sobre Nunes, reconsideraria sua escolha. Moraes indicou que prosseguiria com a nomeação.
Essa não foi a única ocasião em que o Comandante do Exército consultou o Ministro. Sempre que surgem dúvidas sobre como proceder em relação às ordens do STF envolvendo militares sob investigação, Tomás Paiva busca orientação junto ao Magistrado.
O General estabeleceu, por exemplo, uma política para membros da caserna que tenham sido presos. Eles são obrigatoriamente afastados de suas funções e enviados para casa. Já os investigados que não foram detidos, mas foram alvo de medidas como buscas, são transferidos para outros postos, mas permanecem em atividade no Exército.
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