Processo de Moro tem prova contra o ex-juiz enviada por seu próprio partido

Atualizado em 3 de abril de 2024 às 5:44
O senador Sergio Moro (União-PR), que enfrenta o segundo dia de seu julgamento no TRE-PR. Reprodução

Comunicações que podem ser utilizadas como evidências contra Sergio Moro (União-PR) no processo em que o senador está em risco de perder o mandato foram encaminhadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná pelo União Brasil, o partido liderado pelo ex-juiz.

O julgamento teve início anteontem e está previsto para continuar nesta quarta-feira (3), contanto que o desembargador José Rodrigo Sade devolva o pedido de vista, como se espera que faça no início da sessão, às 14h. O relator, Luciano Falavinha Souza, emitiu parecer contrário à perda de mandato.

O advogado Guilherme Ruiz Neto está representando o PL do Paraná no processo, que é contra o senador. Em uma entrevista ao UOL News, Ruiz revelou que uma advogada do União Brasil alertou que os gastos detalhados do então pré-candidato poderiam configurar uma campanha antecipada, repleta de traições.

Moro é acusado pelo PL e pelo PT de ter ultrapassado os limites de gastos em sua campanha e pré-campanha eleitoral em 2022.

Os partidos PL e PT alegam que ele utilizou recursos quando era candidato à presidência da República pelo Podemos e a deputado federal pelo União Brasil de São Paulo.

“Ou seja, até mesmo os aliados de Moro, antes da campanha a senador, já estavam preocupados com o que vinha acontecendo”, disse Ruiz Neto em um vídeo distribuído por ele antes do julgamento, cuja transcrição o UOL teve acesso.

De acordo com advogado, o e-mail do União Brasil mostra que  “não foi por falta de aviso” sobre a violação da lei eleitoral pelo ex-juiz.

Questionado sobre como a parte contrária teve acesso a um e-mail interno do partido de Moro, o advogado respondeu que foi o próprio União Brasil que o enviou à Justiça.

Ruiz Neto afirmou que a justiça eleitoral determinou que o partido anexasse ao processo a documentação disponível sobre os gastos de campanha. No entanto, geralmente, esses e-mails de comunicação interna dos departamentos jurídicos não são anexados. Os partidos só os incluem quando é do seu interesse.

Este ponto levou os aliados mais próximos de Sérgio Moro a desconfiarem que ele está sendo vítima de traições tanto do campo da direita quanto do seu próprio partido. Afinal, políticos de todos os espectros estão interessados na vaga do senador, caso ele perca o mandato.

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