Os fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN) foram recapturados em um “comboio do crime”, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF). A abordagem ocorreu em uma ponte na BR-222, na região de Marabá, sudeste do Pará, onde foram apreendidos três veículos, dinheiro, celulares e um fuzil em posse dos criminosos.
De acordo com as autoridades, além dos dois foragidos, outros quatro homens foram detidos, todos fazendo parte do comboio que escoltava a dupla. Nos carros, um Jeep, um Corsa Classic e um Polo, havia dinheiro em espécie, cartões de crédito, um fuzil, munições e oito celulares, três deles sendo monitorados pela inteligência da PF do Rio Grande do Norte.
“Estavam em um verdadeiro comboio do crime. Foram apreendidos 3 carros e diversas armas”, afirmou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobre as circunstâncias da prisão da dupla. “Obviamente, foram ajudados por criminosos externos e tiveram auxílio de seus comparsas e organizações criminosas”, disse em referência ao Comando Vermelho (CV), facção da qual eles faziam parte antes de serem presos pela primeira vez no Acre.
Segundo as investigações, os dois fugitivos planejavam fugir para fora do Brasil. Agora, serão levados de volta para o presídio de Mossoró, que teve sua segurança reforçada e a direção trocada.
A distância entre Mossoró e Marabá é de 1.600 km, passando por pelo menos cinco estados em um trajeto em “linha reta”: Pará, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão, além do Norte do Tocantins, dependendo do percurso.
Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, fugiram do presídio em 14 de fevereiro, culminando em 50 dias de fuga até a recaptura em operação conjunta entre Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
A fuga incluiu seis dias em um barco pesqueiro entre Ceará e Pará, partindo de Icapuí, no Ceará, em direção à Ilha de Mosqueiro, em Belém. A dupla chegou à capital paraense em 24 de março, após percorrer a região costeira.
A operação de recaptura em Marabá monitorou três veículos que davam cobertura à fuga, resultando na prisão de seis pessoas nos três carros, incluindo os fugitivos.
Esta foi a primeira vez que houve registro de fuga na história do sistema penitenciário federal, que inclui unidades em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).