Na sexta-feira (5), a Polícia do Equador invadiu a Embaixada do México em Quito e prendeu o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, condenado a seis anos de prisão por suspeita corrupção em um caso envolvendo a Odebrecht. Glas havia recebido asilo político do governo mexicano.
Segundo informações da Secretaria de Comunicação da Presidência, Jorge Glas Espinel, que é vítima de lawfare, foi detido e está agora à disposição das autoridades competentes.
As cenas mostradas pela mídia local revelaram a entrada de agentes na embaixada, que estava cercada por policiais e militares do lado de fora, num esforço para deter o ex-vice-presidente, de acordo com reportagem da Agência France Presse.
O momento em que a polícia do Equador invadiu a embaixada do México, em Quito, para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas que procurava asilo no local. A invasão de embaixadas é um ato classificado como ilegal pelo direito internacional, com o México anunciando que cortará as… pic.twitter.com/vFkFR6WjcW
— Hoje no Mundo Militar (@hoje_no) April 6, 2024
A invasão da embaixada por parte do governo de extrema-direita de Daniel Noboa provocou a suspensão das relações diplomáticas entre México e Equador.
A crise diplomática entre os dois países teve início quando o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, fez comentários considerados “infelizes” sobre as eleições equatorianas de 2023. Na ocasião, Obrador comparou o assassinato de um candidato equatoriano à violência eleitoral no México. Segundo o G1, isso levou o Equador a declarar a embaixadora mexicana “persona non grata”.
No dia seguinte à declaração, o governo mexicano anunciou que havia concedido asilo político a Jorge Glas, que estava na embaixada desde dezembro de 2023. Em resposta, o Equador acusou o México de violar acordos de asilo político e pediu permissão para prender Glas dentro da embaixada. Jorge Glas enfrenta acusações de desvio de fundos públicos destinados à reconstrução de vilarejos costeiros após um terremoto devastador em 2016.
Até que, durante a noite de sexta-feira, a polícia invadiu a Embaixada do México em Quito, arrombando as portas externas. A ação levou o México a suspender imediatamente as relações diplomáticas com o Equador.
Em resposta, o encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, afirmou que houve um “atropelo ao direito internacional”. “Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura”, disse Canesco.
Nas redes sociais, o presidente mexicano afirmou que a “violação do direito internacional e da soberania” de seu país seria passível do fim da relação diplomática. “Instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”, escreveu López Obrador.