Dezenas de milhares protestam em Israel contra Netanyahu

Atualizado em 7 de abril de 2024 às 18:37
Organizadores estimam a participação de 100 mil pessoas em Tel Aviv. Foto: Foto: Hannah McKay

Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas na noite deste sábado (06/04) em Tel Aviv e outras cidades de Israel para protestar contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e pedir sua renúncia.

De acordo com a mídia israelense, foram os maiores protestos desde 7 de outubro, quando o pior massacre da história de Israel desencadeou a atual guerra na Faixa Gaza contra o grupo radical islâmico Hamas. Os organizadores estimam que somente em Tel Aviv 100 mil pessoas tenham participado do protesto. Em todo o país, eles calculam ao menos 150 mil.

O ponte de encontro dos manifestantes em Tel Aviv foi um cruzamento da cidade, renomeado para Praça da Democracia desde os protestos em massa contra as controversas reformas judiciais de Netanyahu no ano passado. Mais tarde, os manifestantes se juntaram a familiares de reféns do Hamas que pedem esforços mais sérios do governo para libertá-los do cativeiro.

Neste domingo, há exatos seis meses, terroristas do Hamas e outros grupos extremistas atacaram o sul de Israel, matando mais de 1.100 pessoas e raptando outras 250 pessoas – cerca de 130 delas permanecem na Faixa de Gaza. O Hamas é listado como organização terrorista por Israel, União Europeia, Estados Unidos e outros países.

Feridos em atropelamento

Durante o protesto em Tel Aviv, cinco pessoas ficaram feridas, uma delas com gravidade, ao serem atropeladas. De acordo com agências de notícias, o atropelamento teria sido intencional, causado por um veículo em que viajava um casal de apoiadores de Netanyahu e que, antes de avançar contra a multidão, teria acusado os manifestantes de serem “esquerdistas”.

O incidente gerou condenação generalizada e preocupações sobre o agravamento das tensões sociais no país à medida que prossegue a guerra lançada em resposta ao ataque do Hamas, mesmo sob fortes criticas internacionais.

Para o líder da oposição Yair Lapid, o atropelamento “é um resultado direto do incitamento vindo do governo e da máquina de veneno”.

“Não seremos dissuadidos ou forçados a parar de protestar até que os reféns sejam devolvidos e este terrível governo caia”, acrescentou Lapid na rede social X (antigo Twitter).

Familiares de reféns pedem mais esforços do governo para libertá-los. Foto: Jack Guez

Houve protestos em dezenas de cidades, como Jerusalém, Haifa, Beersheba, Herzliya e em Cesareia. Lapid participou de um ato em Kfar Saba.

“Eles não aprenderam nada, não mudaram”, disse Lapid, acrescentando: “até os mandarmos para casa, não darão a este país a oportunidade de avançar”.

Menção ao irmão de Netanyahu

No protesto em Tel Aviv, ao criticar o primeiro-ministro e pedir mais esforços para libertar os reféns, um dos oradores lembrou o irmão de Netanyahu, Joni, que morreu como soldado de elite em 1976, enquanto libertava reféns de um avião sequestrado por terroristas palestinos e alemães.

“E você, Bibi?”, perguntou, dirigindo-se a Netanyahu pelo apelido. “O que você fez? Qual será o seu legado? Nada além de intrigas e reviravoltas políticas”, declarou.

Recentemente, Israel vem sendo criticado, mesmo por aliados de longa data, pela sua guerra brutal em Gaza. De acordo com a Autoridade de Saúde Palestina, controlada pelo Hamas, 33.175 palestinos foram mortos. As informações não puderam ser verificadas de forma independente pela DW.

Acredita-se que 70% das vítimas sejam mulheres, menores de idade e idosos. O exército israelense anunciou a morte de mais quatro soldados na manhã de domingo. Desde que a ofensiva terrestre israelense começou no final de outubro, 260 soldados foram mortos, noticiou o Times of Israel.

De acordo com estimativas israelenses, 129 reféns ainda estariam detidos em Gaza, incluindo 34 que se presumem estar mortos. Como parte de um acordo de cessar-fogo temporário, o Hamas libertou 105 reféns no final de novembro do ano passado. Em troca, Israel libertou 240 prisioneiros palestinos de suas prisões.

Originalmente publicado no Deutsche Welle
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link