Elon Musk, o bilionário magnata e proprietário do X, antigo Twitter, lançou uma série de críticas e ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de práticas de censura e ameaçando desconsiderar decisões judiciais.
Esses ataques foram intensificados por parlamentares de tendência política alinhada à direita. Por trás dessas acusações está o “Twitter Files Brasil”, um conjunto de documentos internos do Twitter.
O que é o “Twitter Files Brasil”?
O “Twitter Files Brasil” consiste em uma coleção de e-mails divulgados pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger na própria plataforma em 3 de março. Esses e-mails, trocados entre funcionários do antigo Twitter entre 2020 e 2022, expõem e criticam decisões judiciais que levaram à remoção de conteúdo em investigações relacionadas à disseminação de notícias falsas.
Com base nos e-mails divulgados, Shellenberger acusou Moraes e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de uma série de ilegalidades, incluindo a exigência de detalhes pessoais de usuários e a censura unilateral de postagens feitas por parlamentares brasileiros. Essas acusações geraram um intenso debate político e jurídico.
As decisões mencionadas nos e-mails não são inéditas e estão ligadas a investigações sobre ataques a ministros do STF e à disseminação de desinformação, incluindo acusações de fraude no sistema eleitoral brasileiro. Elas também destacam uma tensão crescente entre a liberdade de expressão e o controle da disseminação de informações falsas nas redes sociais.
Entre os casos mencionados nos e-mails está a recusa do Twitter em fornecer conteúdo de mensagens privadas de usuários solicitado por parlamentares brasileiros durante uma audiência no Congresso Nacional. Além disso, houve a negativa em fornecer dados cadastrais do vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, solicitados pela Polícia Federal.
Ações do TSE
Outro ponto de destaque foi a ação do TSE para desmonetizar contas de usuários bolsonaristas envolvidos em ataques coordenados contra membros do STF e da Justiça Eleitoral. Essas medidas visavam combater a propagação de desinformação e a manipulação do debate público durante os processos eleitorais.
Além disso, os e-mails revelaram exigências do TSE para obtenção de dados estatísticos e informações sobre usuários que utilizaram hashtags específicas, como “VotoImpressoNAO” e “VotoDemocraticoAuditavel”, em suas postagens. Essas solicitações foram acompanhadas de ameaças de multas diárias em caso de não conformidade.
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