Após passar 14 meses na prisão Brians 2, na Espanha, o ex-jogador Daniel Alves está em liberdade provisória depois de pagar 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões) e tem passado a maior parte do seu tempo em sua casa em Esplugues de Llobregat, onde vive com a mulher, a modelo Joana Sanz. A mansão foi comprada por cerca de 5 milhões de euros (R$ 27 milhões aproximadamente).
A propriedade, adquirida na época em que ainda jogava no Barcelona, ajudou a conseguir a liberdade provisório, já que a Justiça considerou que a mansão diminuiria seu risco de fuga. Para ficar fora da cadeira, ele precisará morar na Espanha e viver longe da vítima.
O brasileiro está sem emprego e renda, perdendo seu contrato com o clube Pumas e seus contratos de patrocínio e publicidade. Ele tem obtido retornos milionários em processos fiscais na Espanha.
Alves tem vivido de maneira isolada, recebendo esporadicamente alguns amigos. O ex-atleta diz a pessoas próximas que está convicto de que será absolvido e poderá restaurar sua imagem pública, além acreditar que vai conseguir trabalhar no mundo do futebol, embora não mais como jogador.
Ele foi condenado a quatro anos e meio de prisão e sua advogada, Inés Guardiola, busca não só uma redução de pena, mas uma absolvição. Um dos focos é explorar uma contradição apontada pelo tribunal em sua sentença.
A vítima afirmou que se sentiu medo e repulsa do ex-jogador, mas imagens de câmeras de segurança mostraram que eles tiveram uma aproximação na área VIP da boate Sutton meia hora antes do crime. No recurso que já foi apresentado à Justiça, a defensora afirma que “apenas entre 10 e 20% do que foi declarado pela vítima foi aceito como verdadeiro”.
O recurso de Alves também aponta que não foram encontradas lesões vaginais ou outros ferimentos do tipo na vítima, apenas uma “pequena” lesão nos joelhos dela. Também foi descoberto DNA na cavidade oral da jovem após a agressão sexual, o que, segundo a defesa do ex-atleta, indica a prática de felação.
O documento também aponta que as digitais da vítima encontradas na cabine onde a agressão ocorreu são “incompatíveis” com sua versão.
A nova sentença da Justiça pode demorar entre seis meses e um ano para ser proferida. Ele permanecerá em liberdade provisória, se cumprir as medidas restritivas determinadas, e ainda poderá recorrer à Suprema Corte do país em caso de nova condenação.