Musk ataca o Brasil, mas puxa o saco da China, da Rússia e censurou jornalistas no X

Atualizado em 8 de abril de 2024 às 21:30

 

Elon Musk em Pequim com Qin Gang, Conselheiro de Estado e Ministro das Relações Exteriores da China. Reprodução

Elon Musk, o bilionário de extrema-direita que se posiciona como defensor da democracia e liberdade de expressão através da utilização da X, sua plataforma social, para criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ameaçar não adotar medidas judiciais, apoia a China, onde o acesso à internet é restrito pelo governo a apenas plataformas locais.

Musk continua a operar com a Tesla, sua fabricante de veículos elétricos, que possui uma planta em Xangai.

O empresário falastrão sugeriu mais de uma vez que Taiwan deveria ceder às exigências da China. Anteriormente, Musk adotou postura semelhante sobre a Ucrânia, recomendando que o país cedesse território à Rússia para encerrar a guerra iniciada pela invasão russa, um movimento apoiado pela China, conhecida por sua censura à liberdade de expressão. Putin já o elogiou publicamente.

Analistas sugerem que a posição favorável de Musk à China pode ser influenciada não apenas pelos interesses comerciais da Tesla, mas também pela resistência de Taiwan à tecnologia Starlink de Musk. A Starlink, oferecida pela SpaceX de Musk, busca prover internet via satélite, enquanto Taiwan investe em seu próprio sistema de comunicação via satélite, com planos de lançar seu primeiro satélite de comunicação até 2026.

Em dezembro de 2022, Musk realizou uma série de suspensões no antigo Twitter, recém-adquirido por ele e renomeado para X, afetando contas de jornalistas de grandes veículos americanos que reportavam sobre ele e suas empresas. Musk justificou as suspensões alegando “doxxing”, embora as postagens em questão tratassem do projeto Elon Jet, que rastreava publicamente a localização de seu jato privado.

Antes das suspensões dos jornalistas, o Twitter havia banido a conta que monitorava o jato de Musk, fundamentando-se em uma nova política introduzida pelo empresário. Essa política também serviu de base para a exclusão das contas jornalísticas.

Postagem na qual Elon Musk diz que dará golpes onde quiser. Reprodução X

Dois anos antes desse incidente, Musk admitiu em publicação no X, em 2020, sua participação na derrubada do governo eleito de Evo Morales na Bolívia, em favor de Jeanine Añez, para assegurar o suprimento de lítio para a Tesla. “Vamos dar um golpe em quem quisermos! Lide com isso”, respondeu a um usuário que comentava sobre o golpe organizado pelos EUA para favorecer a Tesla no acesso ao lítio boliviano. Jeanine Añez está atualmente presa, condenada a 10 anos por sua participação no golpe, enquanto Musk continua a prosperar.

O lítio, vital para as baterias dos carros elétricos da Tesla, é abundantemente encontrado no deserto de Uyuni na Bolívia, possuindo a maior reserva mundial desse recurso energético eficiente. Chile, Bolívia e Argentina juntos detêm cerca de 75% das reservas globais de lítio, com a Bolívia tendo o potencial de se tornar o maior fornecedor mundial.

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