O ex-atleta de futebol americano e ator O. J. Simpson, que morreu nesta quarta (10), vítima de câncer, foi acusado de matar sua ex-mulher e passou pelo “julgamento do século”, um dos casos mais midiáticos dos Estados Unidos.
Ele se casou com a modelo Nicole Brown em 1985 e eles se separaram em 1992. A vítima foi assassinada a facadas junto de seu amigo, Ronald Goldman, no dia 13 de junho de 1994. O ex-atleta chegou a tentar fugir da polícia em Los Angeles, nos Estados Unidos, em uma perseguição televisionada e assistida por 90 milhões de espectadores, mas acabou se entregando.
No ano seguinte, ele foi julgado por duplo homicídio no estado da Califórnia e montou uma equipe com advogados negros famosos. Simpson foi absolvido no mesmo ano, mas perdeu um julgamento civil posteriormente, sendo condenado em ações cíveis a indenizar as famílias de Nicole e Ronald em US$ 33,5 milhões.
Apesar da reunião de uma série de provas que mostravam indícios de culpa de Simpson no caso, o seu julgamento envolveu uma série de questões raciais, com argumentos de sua defesa de que a Justiça seria racista. O corpo de jurados no caso era formado por maioria negra, que declarou o réu inocente.
O julgamento também gerou divisão na opinião pública: Simpson era negro e rico, e foi defendido por americanos negros, que acreditavam que ele era inocente. Brancos consideravam o ex-atleta culpado. Vale lembrar que a modelo era branca.
As condenações para pagar indenização geraram reações da comunidade negra à época, que protestou contra as sentenças.
Após as condenações para pagamento de indenizações, ele passou a enfrentar problemas financeiros, chegando a leiloar itens como troféus em 1999 e arrecadando apenas US$ 430 mil para pagar os valores.
Na década seguinte, foi condenado a 33 anos de prisão pelos crimes de assalto à mão armada, sequestro e formação de quadrilha após invadir um hotel e cassino para roubar objetos esportivos. Simpson foi solto em outubro de 2017 após cumprir cerca de nove anos da sua sentença.