Na crescente narrativa articulada por apoiadores de Donald Trump e Jair Bolsonaro (PL), destaca-se a ameaça de Elon Musk de descumprir decisões judiciais no Brasil e os ataques ao ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal). Esta trama visa retratar o Brasil como um país autoritário, onde a liberdade de expressão é restringida. Com informações do “Aos Fatos”.
A estratégia busca influenciar as eleições americanas de novembro, promovendo a ideia de que uma segunda derrota de Trump para Joe Biden representaria uma escalada autoritária. O paralelo é feito com as eleições de 2018 no Brasil, onde bolsonaristas alertaram para o risco de uma transformação em “outra Venezuela” caso Lula (PT) fosse eleito.
Os protagonistas dessa trama são dois extremistas investigados pelo STF e baseados nos EUA: o blogueiro foragido Allan dos Santos e o ex-comentarista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo Filho. Ambos estão ligados a alegações de conspiração e planejamento de golpes de Estado, conforme relatórios da Polícia Federal.
Recentemente, em uma conversa no Spaces, Musk prometeu divulgar as supostas restrições à liberdade de expressão no Brasil nos Estados Unidos, enquanto outros extremistas americanos passaram a disseminar informações sobre uma suposta guinada autoritária na política brasileira.
O ápice dessa estratégia foi a divulgação dos Twitter Files Brazil e os ataques do bilionário a Moraes. Estes eventos têm sido discutidos em plataformas como o podcast The Roundtable Show, onde a extrema-direita brasileira se reúne para debater tais questões.
Outros membros da extrema-direita dos EUA, como Jim Pfaff, têm se engajado na divulgação dessas “denúncias”, visando favorecer a campanha de Trump. Pfaff argumenta que há um esforço coordenado globalmente contra governos democráticos, mencionando paralelos entre o Brasil e os EUA.
Essa narrativa é reforçada por Figueiredo Filho, que afirma buscar a restauração da liberdade de expressão no Brasil, desconsiderando afiliações políticas. Ele e Pfaff têm estabelecido laços com políticos brasileiros, inclusive organizando encontros entre parlamentares bolsonaristas e americanos.
A comitiva liderada por Eduardo Bolsonaro (PL) nos EUA recentemente buscou apoio entre os republicanos, enquanto conservadores brasileiros têm feito lobby para convencer políticos americanos de que o Brasil não é mais uma democracia.
Ainda que enfrentem investigações no Brasil, Santos e Figueiredo Filho tentam internacionalizar sua causa, buscando apoio nos EUA e desafiando as decisões judiciais brasileiras.