O Sindjor-MT expressou indignação diante das ações da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), liderada por Juliana Chiquito Palhares, que tem sido acusada de usar manobras jurídicas para atacar a reputação de jornalistas que investigam assuntos envolvendo o governador Mauro Mendes e sua família.
Esta postura ganhou destaque recentemente, quando a delegada apresentou um relatório no qual acusava o jornalista Pablo Rodrigo de calúnia e difamação após sua reportagem sobre o filho do governador estar sob investigação na Operação Hermes da Polícia Federal.
O relatório da DRCI, divulgado após nove meses de investigação, alegou que o jornalista e outros comunicadores cometeram o crime de injúria majorada contra Luis Antônio, filho do governador, e Mauro Mendes. No entanto, a matéria em questão, publicada em julho de 2023, apenas informou sobre a investigação do filho do governador pela Polícia Federal no âmbito da Operação Hermes. Não houve difamação, apenas reportagem factual.
A estratégia da delegada para sustentar suas acusações foi questionada pelo Sindjor-MT, destacando que o próprio autor da denúncia confirmou que apenas o jornalista Pablo Rodrigo havia entrado em contato com ele antes da publicação da matéria, seguindo práticas comuns do jornalismo profissional.
A investigação da Polícia Federal sobre o filho do governador, embora não tenha resultando em condenação até o momento, é um fato relevante que merece ser noticiado. A tentativa da delegada de desacreditar os jornalistas com base em uma certidão negativa da Justiça Federal é vista como uma medida desesperada, já que uma investigação em andamento não seria registrada nesse tipo de documento.
Além disso, a postura da DRCI não é uma novidade, conforme evidenciado pela recente Reclamação Constitucional feita pelo Sindjormt, a FENAJ e o Instituto Vladimir Herzog, que resultou na anulação de buscas e apreensões feitas contra jornalistas durante a Operação Fake News.