Um bebê nasceu no último sábado (20) após sua mãe ser morta em um ataque aéreo israelense na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Uma cesariana foi realizada para salvar a vida da bebê.
Em Khan Younis, funcionários da Defesa Civil encontraram uma vala comum no hospital Nasser, de onde quase 300 corpos foram exumados, encontrados após a retirada dos militares israelenses no último dia 7 do local.
A mãe da recém-nascida, Sabreen al-Sakani, estava grávida de sete meses e meio. Um ataque aéreo devastou sua casa, onde dormia com o marido e a outra filha do casal, a pequena Malak, de 3 anos.
Sabreen teve ferimentos graves, e seu marido e Malak morreram na hora. A jovem chegou a ser levada para o hospital, onde passou por uma cirurgia de emergência, mas não resistiu.
A bebê, nascida com apenas 1,4 kg, foi reanimada após nascer pálida e sem sinais vitais. Um médico executou suavemente uma massagem cardíaca em seu peito, e um aparelho foi usado para levar ar até os pequenos pulmões.
Sob o corpinho, foi colocado um papel com a identificação “o bebê da mártir Sabreen al-Sakani”. A recém-nascida, batizada em homenagem à mãe, foi levada para uma incubadora.
Malak, que não viu a irmã caçula nascer, já tinha escolhido um nome para ela: Rouh, que significa “alma” em árabe. A família, como descreveu seu tio Rami al-Sheikh, era composta por “civis comuns”.
“Meu irmão é barbeiro e costumava trabalhar comigo na loja”, disse al-Sheikh sobre o pai da bebê. “Eles eram pessoas felizes, e a garotinha Malak estava feliz porque sua irmã estava vindo ao mundo”, acrescentou.
A bebê permanecerá no hospital por três a quatro semanas, e então os médicos decidirão com quem mandá-la para casa.