Mantega deu uma lição de como tratar com analfabetos políticos que pensam que têm o direito de insultar alguém sem consequências.
Ele foi injustiçado. Dois imbecis xingaram-no num restaurante.
Em vez de assistir calado à agressão, e ver impotente as redes sociais espalharem o ódio de que foi vítima, buscou a Justiça.
Conseguiu o nome dos meliantes, contratou um bom advogado e exigiu satisfações.
Ele fez o que o grande criminalista alemão do século 19 Rudolf von Ihering defendeu numa tese então inovadora.
Foi atrás de Justiça.
Ihering disse que procurar a Justiça não é apenas direito do ofendido, mas dever perante a sociedade. Porque o direito não é uma coisa estática: muda ao sabor das circunstâncias e das ações das pessoas.
E também porque ao lutar contra injustiças você pode livrar outras pessoas do mesmo tipo de coisa.
Daí o dever segundo Ihering, e não apenas o direito.
Foi o caso de Mantega.
A patética retratação dos ofensores –José João Armada Locaselli e Marcelo Maktas Melsohn — certamente levará outros desequilibrados a pensar duas, três vezes antes de importunarem pessoas que estão em seu canto, sossegadas.
Porque poderão ter que se explicar com a Justiça.
E isso significa dor de cabeça. Você tem que pagar advogado, enfrentar a possibilidade de uma multa e outros aborrecimentos dos quais pessoas que se comportam civilizadamente estão livres.
Muito se tem falado da propagação do ódio entre os brasileiros.
Uma das formas de combatê-lo é enfrentando-0 como fez Mantega.
Que seu exemplo seja seguido. Isso vai melhorar o Brasil.
É talvez a maior contribuição de Mantega, um homem digno que foi um bom ministro da Economia por longos anos, à causa pública no Brasil.